Policiais federais cruzam os braços por reestruturação da carreira
São Paulo – Policiais federais de 25 Estados e do Distrito Federal entraram em greve hoje (7) pedindo a criação de uma lei que reestruture as carreiras da corporação, estabelecendo […]
Publicado 07/08/2012 - 16h51
São Paulo – Policiais federais de 25 Estados e do Distrito Federal entraram em greve hoje (7) pedindo a criação de uma lei que reestruture as carreiras da corporação, estabelecendo as atribuições de cada cargo e atualizando a tabela de salários da categoria.
Somente os policiais federais no Rio de Janeiro não aderiram ao movimento, mas segundo o vice-presidente da Federação Nacional de Policiais Federais (Fenapef), Paulo Poloni, os policiais fluminenses ainda não entraram em greve por conta de eleições no sindicato local, mas que a categoria já realizava assembleias no Estado.
“Nós acreditamos que eles irão decidir pela greve. Inclusive Nova Iguaçu, que é uma das delegacias do Rio, já fechou”, disse Poloni. “A adesão no Brasil inteiro está muito boa. E agora estamos no aguardo do governo.”
Procurada, a Polícia Federal disse por meio de sua assessoria de imprensa que não se manifestaria sobre a paralisação. O Ministério da Justiça, a quem a PF está subordinada, afirmou que ainda não tem um posicionamento sobre a greve.
A categoria reivindica que todos os cargos da Polícia Federal sejam considerados de nível superior, inclusive os escrivães e papiloscopistas. Segundo Poloni, na prática, esses funcionários já são de nível superior. “Estamos pleiteando uma lei que efetivamente estabeleça as atribuições dos cargos”, disse. “Evidentemente que a reestruturação tem um reflexo salarial. Em termos salariais, estamos há sete anos sem nenhum reajuste. Nem inflacionário.”
De acordo com Poloni, 70% do efetivo de 12 mil funcionários da PF aderiram à paralisação. Ele disse que serviços como fiscalização, realização de audiências e de investigações foram suspensos.
Em alguns aeroportos, como o Salgado Filho, em Porto Alegre, e o Juscelino Kubitschek, em Brasília, os funcionários da PF cruzaram os braços.
Em São Paulo, nos aeroportos de Congonhas e de Guarulhos, a previsão é realizar a partir de quinta-feira (9) uma operação-padrão, quando todos os procedimentos são seguidos à risca, o que, na prática, torna mais lento o trânsito de passageiros pelos postos de controle.
“Nas delegacias de fronteira, nós orientamos que se faça uma operação-padrão, porque são áreas de segurança nacional”, disse o vice-presidente da Fenapef.
Segundo ele, a emissão de passaportes não será completamente suspensa “para não prejudicar os cidadãos”. De acordo com Poloni, os casos emergenciais serão atendidos pelos funcionários da PF.