Demissões

GM encerra voluntariado com poucas adesões, segundo sindicalista

chevrolet/divulgação Unidade de São Caetano tem aproximadamente 11 mil funcionários. Destes, 950 estão em lay-off até abril São Paulo – O programa de demissões voluntárias (PDV) aberto na semana passada […]

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Unidade de São Caetano tem aproximadamente 11 mil funcionários. Destes, 950 estão em lay-off até abril

São Paulo – O programa de demissões voluntárias (PDV) aberto na semana passada pela General Motors termina amanhã (10) e deve ter poucas adesões, bem menos do que as esperadas pela montadora, estima o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, no ABC paulista, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão. “Eles estavam querendo mais de 500 pessoas”, afirmou o dirigente, que esteve em um debate na Força Sindical do qual participou o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias.

A unidade de São Caetano tem aproximadamente 11 mil funcionários. Destes, 950 estão em regime de lay-off (suspensão do contrato de trabalho) até abril, quando se completarão seis meses da medida. O presidente do sindicato diz que tenta negociar medidas com a direção da empresa em relação ao que a GM considera excedente de mão de obra. Uma alternativa, neste momento, poderia ser a prorrogação do PDV.

Em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, no interior de São Paulo, o Sindicato dos Metalúrgicos e a GM têm reunião na próxima quarta-feira (11) para discutir a situação de 798 trabalhadores que estão em lay-off desde setembro e que deveriam ter retornado hoje ao trabalho. Eles devem participar de assembleia na quinta, às 10h, na sede do sindicato. A fábrica também está com PDV aberto até amanhã.

Na reunião com o ministro Manoel Dias, hoje pela manhã, em São Paulo, dirigentes de sindicatos ligados à Força fizeram relatos em que apontam “sucateamento” da indústria e fechamento de postos de trabalho. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos (região metropolitana), José Pereira dos Santos, por exemplo, informou que a base da entidade passou de 48 mil para 64 mil trabalhadores durante os anos Lula. Durante o primeiro mandato de Dilma, recuou praticamente ao ponto inicial e foi a 49 mil.

Presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Sertãozinho, também no interior, Antonio Vitor afirmou que a região produtora de açúcar e álcool, que chegou a ser conhecida como a “Califórnia” brasileira, pela fartura, está se transformando em “Etiópia”, pela penúria. “Só uma usina que fechou demitiu 3.700 trabalhadores.” Em 27 de janeiro, sindicalistas e autoridades da região fizeram um protesto contra o governo.

Os sindicalistas reclamam da falta de atenção com a indústria, dos juros e do “saco de maldades” que seria representado pelas medidas provisórias sobre direitos trabalhistas e previdenciários. Manoel Dias reconheceu dificuldades, afirmou que alguns problemas são sazonais e disse que também é preciso pensar no “emprego do futuro”, o que exigirá mais qualificação e investimentos. Mas enfatizou que a taxa de desemprego atual é a menor da série histórica e que a quantidade de postos de trabalho com carteira assinada continua aumentando no país, ainda que em ritmo menor.

Ele não fez previsão sobre o saldo deste ano para o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que faz o registro do emprego formal. “Não dá para prever, se prever daqui a três meses vocês vão me torturar”, disse aos jornalistas, em tom de brincadeira. “Eu torço.”