Professores federais em greve devem realizar assembleias até sexta-feira

A primeira proposta do governo federal não satisfez o sindicato da categoria, que volta à mesa de negociação na semana que vem

Professores federais assistem coletiva de imprensa sobre proposta salarial com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, e com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante (Ministério do Planejamento/Ilkens Souza)

São Paulo – Os professores das 57 universidades federais em greve há 60 dias devem realizar assembleias até a próxima sexta-feira (20) para deliberar sobre a proposta de reajuste salarial apresentada pelo governo na última semana. Na próxima segunda-feira (23) haverá uma nova reunião com o Ministério do Planejamento, para retomar as negociações.

Cada universidade tem um comando de greve próprio, que deverá organizar e agendar as assembleias nas unidades de ensino. A Universidade Federal de Minas Gerais tentará realizar a reunião já amanhã, de acordo com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes).

A primeira proposta do governo federal não satisfez as reivindicações da Andes.

De acordo com a proposta, todos os docentes teriam reajustes nos próximos três anos, que podem chegar até 45%. Os salários dos professores que já lecionam nas universidades, com título de Doutor e dedicação exclusiva, passarão de R$ 7,3 mil para R$ 10 mil. E a remuneração dos professores titulares com dedicação exclusiva passará de R$ 11,8 mil para R$ 17,1 mil.

“Ao remeter tudo a valores nominais, o governo não está investindo na reestruturação da carreira. Professores no regime de dedicação exclusiva, por exemplo, não têm garantia de remuneração adequada e constante”, avalia o vice-presidente do sindicato, professor Luiz Henrique Schuch. “Eles nos mostraram uma tabela com valores aleatórios, sem uma curva de crescimento”.

O professor avalia ainda que o aumento proposto pelo Ministério do Planejamento pode não alcançar a perda inflacionária da categoria em 2015. De acordo com ele, não há perspectivas de finalizar a greve. “No nosso entendimento, as negociações começaram na sexta-feira e não sabemos quando elas podem terminar”.

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