Depois de reunião ‘dura’, professores federais esperam nova proposta

Próxima reunião dos docentes com o Ministério do Planejamento está marcada para hoje, às 14h

São Paulo – Depois de três horas de conversa com o Ministério do Planejamento na tarde de ontem (23), entidades que representam os professores federais, em greve há 69 dias, esperam que o governo apresente uma nova proposta que contemple as reivindicações da categoria para reajustes salariais e para plano de carreira. Uma nova reunião está marcada para hoje (24), às 14h.

Na reunião de ontem, os professores apresentaram o resultado das assembleias sobre a primeira proposta do governo, entregue em 13 de julho, ao secretário de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, e ao secretário de Educação Superior do Ministério da Educação, Amaro Lins. Todas as entidades rejeitaram a proposta e decidiram por manter a greve.

“Eles ficaram surpresos com o resultado e com o parecer dos professores de que três quartos das categorias teriam perdas salariais e que a evolução na carreira seria prejudicada”, conta a presidenta do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Marinalva Oliveira. “Eles estavam muito endurecidos porque na concepção deles é exatamente o contrário”.

Pelo entendimento do governo, seguindo a proposta, todos os docentes teriam reajustes nos próximos três anos, que poderiam chegar a até 45%. Os salários dos doutores com dedicação exclusiva passariam de R$ 7,3 mil para R$ 10 mil. E a remuneração dos professores titulares com dedicação exclusiva iria de R$ 11,8 mil para R$ 17,1 mil.

“Na reunião não foi falado nada sobre orçamento. Agora eles têm de dizer sim ou não para a gente. Depois da reunião vamos levar o novo posicionamento para as universidades, para ser debatido em assembleias”, explica Marinalva.

Ao todo, 60 das 62 universidades federais estão em greve, de acordo com levantamento feito pela Rede Brasil Atual. Além disso, 34 dos 38 institutos federais de educação tecnológica também estão paralisados, segundo o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe).