Farmacêuticos de São Paulo aprovam pauta e iniciam campanha salarial 2013

Aumento real e licença-maternidade de 180 dias são as principais reivindicações da categoria. Pauta será entregue ao setor patronal na quarta-feira

Trabalhadores votam em assembleia que aprovou pauta de reivindicações da campanha salarial deste ano dos farmacêuticos de São Paulo (Eduardo Oliveira/QuimicoSP)

São Paulo – Assembleia na sede do Sindicato dos Químicos de São Paulo, realizada na sexta-feira (22), definiu a pauta de reivindicações do setor farmacêutico, que na próxima quarta (27) será entregue ao setor patronal, à qual caberá convocar as negociações com os trabalhadores, em caso de contraproposta. Neste ano, além da reposição salarial, cláusulas sociais também deverão compor o acordo, cujo validade é de dois anos.

Entre as principais reivindicações, segundo informa o sindicato, estão  reajuste de 13%, piso salarial de R$ 1,5 mil e redução de 10% da jornada de trabalho, além de licença-maternidade de 180 dias, garantia de emprego e de organização no local de trabalho. Mobilizações nas principais fábricas do setor marcarão o lançamento oficial da campanha dos farmacêuticos nesta semana.

“Além da reposição salarial, que deve contemplar a inflação do período e garantir aumento real, nesta campanha vamos focar na Organização no Local de Trabalho e na Garantia de Emprego. O setor farmacêutico passou por todas as crises econômicas lucrando cada dia mais.  A indústria farmacêutica cresceu mais de 17% no ano passado. É um setor muito importante mas que mantém a lógica perversa de lucrar muito e pagar pouco. O remédio está caro e o salário continua baixo e temos de reverter isso”, diz João Carlos de Rosis,  dirigente do Sindicato dos Químicos de São Paulo.

A pauta de reivindicações foi construída em conjunto com a Fetquim (Federação dos Trabalhadores Químicos), que coordena a campanha unificada de sete sindicatos do estado de São Paulo: São Paulo e região, ABC, unificados de Campinas, Osasco e Vinhedo, de Jundiaí e de São José dos Campos. 

Juntos, esses sindicatos representam mais de 35 mil trabalhadores – na capital e Grande São Paulo, se concentra a maioria deles, com cerca de 22 mil.

Concentração

No estado de São Paulo, estão 38% dos 963 estabelecimentos industriais e 55% dos 93.386 empregos do setor em todo o Brasil. Segundo dados do Ministério do Trabalho, 60% dos estabelecimentos e 69% dos empregos do setor em território paulista estão nos municípios que compõem as bases de representação dos sindicatos filiados à Fetquim. Nos cinco municípios da base dos químicos de São Paulo e região, estão registrados 35% das empresas e 56% dos empregos do setor farmacêutico em todo o estado.