A Central Única dos Trabalhadores apresentou nesta terça-feira (14) o novo formato para a comemoração do Dia do Trabalhador (1º de maio). Diferentemente de anos anteriores, em que shows com forte apelo popular foram o carro-chefe das atividades, desta vez a CUT optou por ações sindicais e artísticas mais relacionadas ao mundo do trabalho.

“Consideramos que é preciso atingir a população não só com shows, mas principalmente com reflexões e com resgate de nossa história”, afirmou o presidente da CUT-SP, Adi dos Santos Lima.

De acordo com Adi, as atividades do 1º de maio latino-americano atendem ao lema ‘Todos unidos pela integração nacional, trabalho decente, contra o neoliberalismo e a xenofobia’. “Nos últimos anos houve mudanças significativas para a classe trabalhadora da América Latina, mas isso precisa refletir-se no cenário social”, disse o dirigente.

Este ano, as atividades começam mais cedo, na sexta-feira, 30 de abril, com o Seminário Sindical Internacional, que prevê debates ao longo de todo o dia com a participação de centrais sindicais de Argentina, Haiti, Nicarágua e da Central Sindical das Américas (CSA).

O sábado (1º de maio) começa com um ato inter-religioso e homenagem à médica sanitarista Zilda Arns, coordenadora Internacional da Pastoral da Criança, que faleceu durante terremoto no Haiti, em janeiro deste ano.

À tarde, acontecem lançamentos de livros sobre o mundo do trabalho e tem início a programação artística com atrações musicais e de dança, como o grupo Raices de América, o cantor cubano Fernando Ferrer, Milton Nascimento, interpretando músicas de Mercedes Sosa, e Carlinhos Brown. O maestro João Carlos Martins, o Quinteto Bachiana e o tenor Jean Willian abrem as apresentações artísticas, a partir das 12 horas.

Nos dois dias de atividades da CUT no Memorial da América Latina, os participantes também poderão ver a exposição fotográfica “Trabalhador Latino-americano” e uma feira gastronômica com mostra de artesanato da Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Cuba, México, Paraguai, Peru, Venezuela e Uruguai.

A CUT-SP continua em 2010 com ações de cidadania descentralizadas em diversas cidades do estado que são preparativas ao 1º de maio.

Plataforma

De acordo com o presidente da CUT Nacional, Artur Henrique da Silva Santos, no Dia do Trabalhador será lançada a ‘Plataforma da CUT para as eleições 2010’. “Nossa ideia é a classe trabalhadora ter uma intervenção efetiva nas eleições de 2010 e buscar o comprometimento dos candidatos com os trabalhadores”, explicou.

A plataforma, detalhou Artur, reúne 239 propostas em três eixos principais: valorização do trabalho, igualdade, distribuição de renda e inclusão social e a defesa do Estado Democrático com caráter público e participação ativa da sociedade. “Temos claro que  o Brasil precisa de trabalho decente, formal, com carteira-assinada”, analisa.    

Artur Henrique admitiu que a plataforma será apresentada a partidos que possam colocá-la em prática e não tenham histórico de ações contra os movimentos sociais. “O DEM entrou com ação no STF (Supremo Tribunal Federal) contra as centrais sindicais e contra as cotas para negros nas universidades, então já sabemos que não faz sentido propor qualquer coisa a eles”, criticou.

Direito ao voto

Ruth Camacho, da Pastoral do Imigrante, pediu aos sindicalistas que procurem incluir em suas bandeiras de luta o direito do voto do estrangeiro no Brasil. “Precisamos discutir políticas públicas sobre o papel do imigrante na construção de São Paulo e do país”, ressaltou.

Serviço: a programação completa das atividades do 1º de maio Latino-Americano está no hotsite 1demaiocut2010.com.br.