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CUT defende maior participação do trabalhador na política industrial

Empresariado se manifestou contra a presença dos trabalhadores nos conselhos que debatem e formulam as ações do setor industrial do país

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Os trabalhadores reivindicam o estabelecimento de medidas de incentivo e proteção a indústria nacional

São Paulo – A CUT defende participação direta do trabalhador na política industrial do país e entregou propostas sobre o tema ao ministro do Desenvolvimento, Mauro Borges. As reivindicações foram feitas durante o Seminário Nacional do Macrossetor Indústria da central, que foi realizado na semana passada e discutiu o Plano Brasil Maior (PBM).

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) se manifestou contrária a presença dos trabalhadores nos conselhos que integram o PBM, que conta com a presença da CUT desde sua criação, no início do governo Dilma (PT), em 2011. O ministro, durante o evento, afirmou que o plano trouxe os trabalhadores para dentro das discussões e que seus assentos estão garantidos. “É uma participação efetiva e eu vim aqui consolidar essa presença dos trabalhadores na formulação e no desenvolvimento da política industrial brasileira”, considera Mauro Borges.

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, é “despropositada” a intenção da CNI. “Mesmo no tripartismo que os conselhos têm hoje, a participação dos trabalhadores é menor que a dos empresários e menor que a do governo”, afirmou à Rádio Brasil Atual. A entidade defende a paridade numérica entre representantes dos trabalhadores, do governo e do empresariado dentro dos conselhos.

No documento entregue ao ministro,  a CUT  avalia que, “embora o PBM tenha sido uma iniciativa acertada para conferir maior competitividade à indústria nacional, as medidas têm se mostrado insuficientes”. Entre as reivindicações dos trabalhadores, está o estabelecimento de medidas de incentivo e proteção à indústria nacional tradicional, assim como segmentos mais avançados tecnologicamente, com desenvolvimento sustentável.

O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM-CUT), Paulo Cayres, considera que a intervenção dos trabalhadores no PBM é fundamental porque a categoria vive o dia a dia da indústria e sofre os seus efeitos. “Os trabalhadores são preparados para apresentar e corrigir a rota da indústria quando ela vai mal, e a participação deles impede que a indústria piore”, avalia.

O PBM tem como diretrizes o fortalecimento das cadeias produtivas nacionais em setores atingidos pela concorrência das importações, a ampliação e criação de novas competências tecnológicas, o desenvolvimentos das cadeias de energia, a diversificação das exportações e a promoção de produtos manufaturados de tecnologias intermediárias.

Para Leandro Hori, economista do Dieese, o país ficou sem uma política industrial durante a década de 1990. “O governo, desde 2004, está atento a essa desestruturação da indústria e está tentando atuar de forma a recuperá-la”, afirma.

Ouça a reportagem realizada pela Rádio Brasil Atual:

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