Novo comando

Congresso da CTB trará crítica a Dilma, mas reafirmará apoio para 2014

'Vamos cobrar com vigor, mas temos lado', afirma dirigente

gerardo lazzari/arquivo rba

Gomes, satisfeito com o fato de o governo ter aberto negociação pelo fim do fator previdenciário

São Paulo – No terceiro congresso da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), que começa na noite de hoje (22) em São Paulo, a sucessão de Dilma Rousseff será um tema presente a partir do slogan do evento, que fala em aprofundar as mudanças. “Isso é decisivo para que o país possa continuar crescendo”, diz o presidente da CTB, Wagner Gomes, que deixará o cargo no sábado (24), quando termina o congresso. Ele será substituído pelo bancário da Bahia Adilson Araújo.

“Essa composição que elegeu o governo democrático-popular é a única capaz de fazer o país avançar”, avalia Gomes. “Vamos cobrar com muito vigor, mas temos lado.”

Vindo do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Wagner Gomes está à frente da central desde a fundação, em 2007. Antes, a chamada Corrente Sindical Classista, vinculada ao PCdoB, atuava como um dos grupos políticos internos da CUT. Gomes, inclusive, chegou a ser vice-presidente nacionial da CUT. Na próxima gestão da CTB, ele será o secretário-geral.

Na avaliação da CTB, o governo da presidenta Dilma mostrou menos abertura ao diálogo, em relação à gestão de Lula. O presidente da central diz ter esperança de que o Planalto tenha se tornado mais receptivo após as manifestações de junho e a mobilização feita pelas centrais, com o estabelecimento de uma mesa permanente de negociação. “O governo abriu negociação pelo fim do fator previdenciário”, observa Wagner Gomes.

Confirmaram presença na abertura do congresso, no Palácio das Convenções do Anhembi, zona norte de São Paulo, o secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Todas as centrais estarão representadas. Até o início da tarde, já haviam sido credenciados 1.400 delegados.

Amanhã (23), a partir das 9h, haverá um debate com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, e o primeiro-vice do PSB, Roberto Amaral.