Intercâmbio

Autoridades do Brasil e Alemanha discutem políticas de emprego

Para o ministro do Trabalho, Manoel Dias, além de construir oportunidade de acordos bilaterais, visita de Angela Merkel a Dilma traz solidariedade internacional à presidenta, pressionada por crise

Elza Fiuza/Agência Brasil

Políticas de estímulo a preparação e inclusão de jovens no mundo do trabalho comporão convênio entre os países

Brasília – O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, se reuniu hoje (20) com o vice-ministro do Trabalho e Assuntos Sociais da Alemanha, Jörg Asmussen, e descreveu programas que o Brasil já desenvolve nos setores de trabalho e criação de empregos. Representantes dos dois países criaram um grupo de trabalho com a finalidade de trocar experiências e preparar a assinatura de convênios na área. Desde ontem, a chanceler Angela Merkel está no Brasil, acompanhada por 12 ministros do governo alemão.

De acordo com Manoel Dias, a visita de Merkel foi uma forma de trazer solidariedade a Dilma Rousseff, num momento politicamente difícil para a presidenta brasileira. O cenário atual, também pressionado por crise econômica, não inibiu o governo alemão de incluir o Brasil entre os 11 países com que promove reuniões intergovernamentais de consultas para elaboração de parcerias estratégicas de longo prazo.

Um dos temas discutidos hoje entre as autoridades dos dois países foi a inclusão da juventude no mundo de trabalho. Asmussen falou da experiência na Alemanha, que diante da crise global desencadeada desde 2008 mantém uma das menores taxas de desemprego entre jovens, hoje por volta de 6%. “O governo brasileiro está elaborando uma série de medidas para alcançar os jovens e introduzi-los no mercado de trabalho. O Programa Emprego do Futuro é um deles. Queremos aproveitar a experiência alemã para beneficiar nossos jovens”, afirmou Manoel Dias.

O programa que está sendo elaborado pelo governo visa a estimular empresas a abrir espaço para aprendizes de 14 a 24 anos. “Vamos tirar os jovens que hoje estão sendo excluídos do mercado de trabalho e, com isso, reduzir a desigualdade que ainda existe no país, mesmo com a retirada de 50 milhões de pessoas da pobreza”, disse. A estratégia alemã para abrir o mercado aos jovens, segundo Dias, foi responsabilizar as empresas para a qualificação do aprendiz – enquanto a escola também prepara o aluno para desenvolver uma profissão.

A valorização do salário mínimo no Brasil também foi tema da reunião. Em janeiro, a Alemanha instituiu a figura do salário mínimo no país. Com a crise econômica internacional, houve queda na renda salarial e no poder de compra. Para garantir um patamar mínimo nas negociações entre patrões e empregados e impedir uma regressão sistemática salarial, o governo alemão criou a política de salário mínimo.

Em setembro, o Brasil receberá uma missão de técnicos alemães, que retornarão para discutir bases para os convênios a serem fechados com o governo. A reunião será em Joinville (SC).

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