impasse

Alunos ocupam reitoria da Unesp por igualdade de direitos com USP e Unicamp

Nova negociação com a reitoria da universidade está prevista para o final da tarde desta quinta

http://greve-ocupacaounespmarilia2013.blogspot.com.br/

Em greve desde o final de maio, estudantes lutam por políticas adequadas por permanência estudantil

São Paulo – Cerca de cem alunos ocuparam a reitoria da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita (Unesp), no Vale do Anhangabaú, região central de São Paulo, na manhã de hoje (27), em ato por isonomia e democracia entre as universidades estaduais paulistas. A atividade era um protesto promovido pelo Fórum das Seis, que reúne professores, funcionários e estudantes da Unesp, USP, Unicamp e Centro Paula Souza, mas resultou na ocupação dos alunos com objetivo de pressionar uma nova negociação. Uma comissão formada com representantes dos três segmentos será recebida às 17h, pela vice-reitora Marilza Vieira Cunha Rudge.

A greve geral começou na Unesp no final de maio e segue parcialmente em 13 campi. Entre as reivindicações estão reajuste salarial de 11% para servidores e docentes, equiparação nos pisos e benefícios, permanência estudantil e não repressão aos movimentos sociais. Em reunião no dia 7 deste mês o reitor Julio Cezar Durigan que a universidade não pode dar reajuste superior 5,39% e as partes não chegaram a um acordo.

Na atividade desta manhã, representantes do Fórum das Seis destacaram que a diferença entre os pisos salariais de servidores da Unesp e da USP, com nível superior, chega a R$ 2 mil. Valores pagos como vale-alimentação também não são iguais: R$ 720 na Unicamp, R$ 690 na USP e R$ 500 na Unesp.

“Esperamos que isso seja discutido nessa reunião com a vice-reitora, porque é uma denúncia que estamos fazendo há muito tempo, assim como a cobrança por políticas adequadas de permanência estudantil”, afirma Antonio Alves, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp e representante do Fórum das Seis.

No período da tarde, aproximadamente 400 manifestantes seguiram para a Assembleia Legislativa de São Paulo, onde pretendem discutir com os deputados estaduais a importância de um financiamento adequado à educação pública. Os representantes do Fórum das Seis destacam a grande expansão de vagas e cursos das três universidades, tanto para graduação como pós-graduação, nos últimos anos, e no entanto o repasse de 9,57% do ICMS às universidades estaduais permanece o mesmo desde 1995.

“Parte da solução se consegue com a ampliação do investimentos do Estado na educação e melhor redistribuição desses recursos. Nós reafirmamos a nossa reivindicação de 11,6% do ICMS para começarmos a pensar em um planejamento estratégico que garanta boa qualidade no ensino público”, disse César Minto, integrante da coordenação do Fórum das Seis e vice-presidente da Associação dos Docentes da USP (Adusp).

Representantes do movimento estudantil só aceitam atender a imprensa após a reunião na reitoria da universidade.