Avanço

Após ocupação da reitoria, Unesp apresenta propostas

Conquistas para estudantes e calendário de reunião específica com professores e trabalhadores são negociados após ocupação na reitoria

Fórum das Seis

Em greve desde o final de maio, alunos pressionam por negociação

São Paulo – Depois de ato público que culminou com a ocupação no prédio da reitoria da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), ontem (27), a vice-reitora Marilza Vieira Cunha Rudge apresentou um plano de obras para a permanência estudantil e de um calendário de negociações específicas com docentes e demais funcionários.  Na próxima quarta-feira (3), uma reunião discutirá reivindicações dos servidores administrativos, representados pelo Sindicato dos Trabalhadores da Unesp (Sintunesp). Na quinta (4), o debate será avaliação, carreira e outras questões relacionadas a demandas dos professores, representados pela Associação de Docentes da Unesp (Adunesp).

A principal reivindicação da entidade é a isonomia em relação aos salários pagos aos professores da USP e da Unicamp, assim como aos bônus por classificação da universidade em ranking de educação. “As diferenças de valores, incluindo salários, auxílios refeição, alimentação e bonificações, compõem algo em torno de R$ 10 mil por ano para cada professor. Entendemos que esse contraste começa a comprometer e quebrar todo o sistema estadual paulista”, afirma o presidente de Adunesp, Antonio Luiz de Andrade.

A reivindicação de 11% de reajuste salarial está na pauta unificada de servidores e docentes. Em reunião anterior, o reitor Julio Cezar Durigan ofereceu 5,39%, e deixou aberta a possibilidade de retomar a negociação em setembro ou outubro, caso a arrecadação do ICMS seja positiva. O assunto também estará em pauta nas próximas reuniões.

Os estudantes que estão em greve desde o final de maio, em 13 campi da universidade, conseguiram um acordo assinado por todas as partes que inclui aumento do número de bolsas voltadas a alunos de baixa renda, implementação de 36 auxílio-aluguel, pagamento retroativo de bolsas para alunos que desenvolvem projetos de extensão ou monitoria e assessoria jurídica da Unesp para dar orientações sobre representatividade nos órgãos colegiados centrais da universidade. A reunião ainda discutiu uma proposta alternativa ao Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público Paulista (Pimesp), que deverá ser apresentada pelos alunos.

O comando do movimento se reúne na próxima semana para fazer um balanço da negociação. Em carta, pediu apoio das demais universidades do estado. “Chamamos a USP, a Unicamp, a Fatec e os movimentos secundaristas a somar à causa e materializar nossa mudança.”

Os servidores administrativos e professores indicam manutenção da paralisação e ampliação de greve em outros campi até a data de negociação.