sem acordo

Governo pede, mas agentes penitenciários de São Paulo não aceitam voltar ao trabalho

Das 158 unidades prisionais no estado, 117 estão com as atividades suspensas, segundo sindicato

Sindasp

Manifestação realizada na manhã desta terça-feira, em frente ao Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista

São Paulo – O secretário estadual de Gestão Pública em São Paulo, o ex-sindicalista Davi Zaia, propôs aos agentes penitenciários o retorno imediato ao trabalho, para que o governo apresente, na quinta-feira (20), nova proposta às reivindicações da categoria. Os sindicalistas rejeitaram o pedido, e a greve, iniciada no dia 10, continua por tempo indeterminado. Na manhã de hoje (18), trabalhadores fizeram manifestação diante do Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo paulista.

Das 158 unidades prisionais do estado de São Paulo, trabalhadores de 117 aderiram a paralisação, segundo informações do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp).

“O governo não negocia com grevista, mas também não negocia com não grevista, porque já estamos há 14 meses tentando chegar em um acordo. Nossas reivindicações são da campanha salarial de 2013, e só quando anunciamos a paralisação é que correram para nos apresentar uma proposta, que não atende nossas reivindicações”, disse o presidente da entidade, João Rinaldo Machado.

Com data-base em 1º de março, os agentes reivindicam redução de duas classes no plano de cargos, carreiras e salários, apresentação de uma política para acabar com a superlotação carcerária, mais contratações e pagamento de adicional de periculosidade para todos os trabalhadores do sistema. Eles também querem critérios para pagamento de convocações extraordinárias.

Após o início da greve, as delegacias com carceragem estão superlotadas, segundo o Sindicato dos Investigadores de Polícia de São Paulo (Sipesp). O 2º Distrito Policial, no Bom Retiro, na região central, que apresenta capacidade para 25 detentos, está com 150. “Apoiamos a greve dos agentes penitenciários. Entendemos a situação deles, mas as delegacias viraram um barril de pólvora. Há risco de que venham a ocorrer motins, resgate de presos”, disse o presidente do sindicato, João Batista Rebouças.

No bairro Vila Penteado, na zona norte, o espaço para 20 pessoas abriga 50 detentos. Na Vila Carrão e em São Mateus, zona leste, as delegacias estão com 60 presos e 65 presos, respectivamente. A capacidade em cada uma delas é 25 pessoas.

Também há atrasos nos tribunais do júri na capital. No Fórum da Barra Funda, de segunda (10) até ontem, foram canceladas 16 sessões, de um total de 25 previstas.

Com informações da Agência Brasil