Paralisação aérea

Proposta das empresas é rejeitada e greve dos aeronautas chega ao quinto dia nesta sexta

Em assembleia nesta quinta (22), 59,25% dos pilotos e comissários de bordo votaram contra o acordo das empresas que oferecia aumento real de 1%, abaixo do reivindicado pelos trabalhadores, de 5%

Marcelo Camargo/ABr
Marcelo Camargo/ABr
"Isso faz crer que ok, agora então temos que prosseguir. Seguir na greve e apoiar cada vez mais", destacou o presidente do Sindicato dos Aeronautas após o resultado, nesta sexta (23)

São Paulo – Pilotos e comissários de bordo rejeitaram, em votação online nesta quinta-feira (22), a proposta apresentada pelas companhias aéreas e decidiram manter a greve nesta sexta (23). De acordo com o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), participaram da assembleia 5.884 trabalhadores. Desse total, 59,25% foram contra a oferta patronal, que recebeu 40,02% de votos favoráveis e 0,73% de abstenções. Sem acordo, a paralisação, que teve início na segunda (19), entra em seu quinto dia, hoje. 

A proposta em discussão foi apresentada em reunião do sindicato com o Tribunal Superior do Trabalho (TSI) na tarde de ontem, em Brasília.

Os trabalhadores reivindicam recomposição das perdas inflacionárias, aumento real de 5%, melhorias nas condições de trabalho, renovação da convenção coletiva de trabalho, definição dos horários de início de folgas e cumprimento dos limites já existentes do tempo em solo entre etapas de voos.

Ganho real ainda baixo

Em contrapartida, as companhias aéreas oferecem reposição total da inflação medida pelo INPC (5,97%). No sábado (17), as empresas haviam oferecido 0,5% de ganho real que, no novo acordo, passou a ser de 1%. Mas ainda bem abaixo do reivindicado pelos aeronautas. Conforme a proposta, o reajuste incide sobre salários fixos e variáveis, pagamento de diárias em todo o território nacional, seguro, multas por descumprimento da convenção coletiva e vale-alimentação.

Ao anunciar o resultado em live, às 0h30 desta sexta, o presidente do SNA, Henrique Hacklaender destacou: “Nós aguardamos todas essas pessoas que votaram não e que votaram sim (também) no aeroporto conosco. Afinal de contas isso tem que ser maior, temos que agora fortalecer esse movimento”, afirmou. 

Por determinação do TST, a greve vem atingindo somente 10% do setor. A manifestação ocorre diariamente, das 6h às 8h, nos principais aeroportos de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e Fortaleza. Segundo o sindicato, voos que transportam órgãos, vacinas e pessoas enfermas não são afetados.

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