Reinvidicação

Acesso à terra e ao crédito são as principais dificuldades dos trabalhadores rurais

Participantes do 21º Grito da Terra Brasil se reunirão com presidenta Dilma amanhã (21) para discutir dificuldades dos pequenos agricultores

Antonio Cruz/ Agência Brasil

Contag tem uma pauta extensa em 2015,que debate o trabalho infanto-juvenil, reforma agrária e crédito agrícola

São Paulo – Em entrevista para a Rádio Brasil Atual, hoje (20), o secretário do meio ambiente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Antônio Rovaris, Antoninho, por ocasião do 21º Grito da Terra Brasil, em Brasília, fala que o movimento dos pequenos agricultores está crescendo e com boas expectativas este ano. “Esperamos que tenhamos a sensibilização do governo para continuar a escalada da melhoria de condição de vida para o povo do campo.”

A Contag tem uma pauta extensa e diversificada em 2015, que passa pelo combate ao trabalho infanto-juvenil, saúde, educação, reforma agrária, crédito agrícola e preservação do meio ambiente. Segundo Antoninho, alguns temas estão avançando, mas outros ainda têm negociações travadas.

“Nós temos evolução na área de saúde para o trabalhador, na questão de educação para o campo, com a instalação de faculdades em cidades pequenas, além da melhoria de atendimento para os trabalhadores. Agora, quando falamos de recursos para o crédito, para o acesso à terra, ou de políticas ambientais, nós enfrentamos uma dificuldade grande, em função da crise que o governo está passando”, afirma.

O movimento também faz reivindicações locais, com ênfase na região Norte do país, como o Pará, por causa da construção da hidrelétrica de Belo Monte. “Hoje e amanhã, teremos cerca de 80 a 90 mil pessoas nas ruas, nos 27 estados brasileiros, cada estado com sua particularidade. Porém, no Pará a luta é em relação aos impactos das grandes obras.”

O 21º Grito da Terra já realizou 15 audiências com diversos ministérios, incluindo o da Fazenda. Para Antoninho, amanhã (21), será o dia principal para a luta da categoria, pois serão recepcionados pela presidenta Dilma.

“Temos duas expectativas: destravar o volume para os créditos e a manutenção dos juros atuais para o meio rural. Esperamos que o ministro Joaquim Levy e a presidenta nos auxiliem nessa melhoria e na manutenção da política agrícola”, afirma. Antoninho aponta dificuldades enfrentadas pela agricultura familiar. Segundo ele, o meio rural perde em atrativos econômicos, culturais e sociais, comparado ao centro urbano, o que dificulta a fixação dos jovens nessas regiões. “É uma série de problemas, ou seja, uma dívida muito grande do Estado com o meio rural.”

Ouça a entrevista para a Rádio Brasil Atual: