Deputados criticam falta de compromisso do governo paulista com metas

Secretário de Alckmin admite necessidade de destinar investimentos a programas paralelos ao esforço federal de erradicação da miséria

São Paulo – O secretário-chefe da Casa Civil do governo de São Paulo, Sidney Beraldo, ouviu críticas de alguns deputados estaduais em relação à falta de comprometimento do governo paulista em executar aquilo que é colocado como meta para a gestão. Ele participou de uma audiência pública na Comissão de Finanças Orçamento e Planejamento da Assembleia Legislativa, nesta terça-feira (18), com o objetivo de apresentar  aquilo que o executivo pretende estabelecer como receitas, despesas e metas colocadas no Plano Plurianual (PPA) para o período de 2012 a 2015.

De acordo com o secretário, o governo tem a previsão de gasto nos próximos quatro anos estipulada em R$ 118 bilhões, com 33,1% voltados para questões sociais. Ele ainda falou da importância de parcerias com a iniciativa privada e com as outras esferas do governo. “Existe uma meta do governo federal da erradicação da extrema pobreza e nós encampamos isso. Os programas de transferência de renda como o Bolsa Família irão contribuir para tirar essas famílias da extrema pobreza”, disse Beraldo.

O deputado Simão Pedro (PT) pediu que o plano contenha descrições mais claras das metas, das ações, das arrecadações e do gasto por áreas. “Constatamos que uma coisa é falar no genérico, outra coisa é quando vai detalhar. Nós criticamos essa contradição entre aquilo que é falado no genérico e aquilo que é feito de verdade”, disparou.

Simão Pedro ainda analisou a preocupação do governo estadual em evidenciar investimentos nas questões sociais, marca registrada do governo Lula e antes criticada pela oposição. “Eles foram obrigados a reconhecer que, por exemplo, o combate à miséria, que é uma marca do governo federal, precisa ser instituído em São Paulo também”, comentou.

O parlamentar observou a diminuição proporcional do investimento em algumas áreas estratégicas para a população paulista. “No ‘bolo’ do orçamento, a participação de algumas secretarias como a segurança pública, agricultura, e uma série de outras áreas importantes, é reduzido”, afirmou.

Os deputados petistas também criticaram a concentração de ações na região metropolitana, pedindo a descentralização do orçamento, a fim de atender todas as regiões do estado. O secretário argumentou que algumas regiões recebem até três vezes mais em comparação a sua arrecadação.

Simão Pedro admitiu que terá de deixar para outra oportunidade a correção dos problemas detectados, já que o prazo para emendas ao PPA foi encerrado na semana passada. “Vamos tentar reparar isso nas leis orçamentárias porque elas vêm ano a ano, talvez cheguem com um pouco mais de detalhamento”, comentou.

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