Orlando Silva desmente acusações e Dilma defende “presunção da inocência”

O ministro do Esporte convocou uma coletiva para desmentir o envolvimento em esquema de desvio de recursos do programa ministeral (Foto: Valter Campanato/ABr) São Paulo – O ministro do Esporte, […]

O ministro do Esporte convocou uma coletiva para desmentir o envolvimento em esquema de desvio de recursos do programa ministeral (Foto: Valter Campanato/ABr)

São Paulo – O ministro do Esporte, Orlando Silva, defendeu-se nesta segunda-feira (17) das acusações de irregularidades envolvendo o Programa Segundo Tempo, classificando as denúncias publicadas pela revista Veja como “falsidades”. Ao mesmo tempo, a presidenta Dilma Rousseff afirmou, na chegada a Petrória, na África do Sul, que o governo é regido sempre pela “presunção da inocência”.

Em Brasília, Silva convocou jornalistas para desmentir o envolvimento em esquema de desvio de recursos do programa ministerial, que destina verba para que organizações não governamentais (ONGs) incentivem a prática de esportes entre jovens. Nesta terça (18) ele presta esclarecimentos na Câmara dos Deputados e ainda nesta semana, fará o mesmo no Senado.

Segundo a Veja, o policial militar João Dias Ferreira, preso pela Polícia Civil em 2010, acusou Silva de receber na garagem do ministério dinheiro que fora desviado do projeto. “Estou confiante para que a verdade seja reestabelecida, não é possível que um criminoso se converta numa fonte de verdade”, disse, confirmando que vai entrar na Justiça contra a publicação da editora Abril.

Em conversa com a imprensa ao chegar à África do Sul, Dilma destacou que está acompanhando as denúncias e que conversou com o ministro. “O ministro, não só nós presumimos a inocência dele, como ele tem se manifestado com muita indignação quanto às acusações”, disse a presidenta. “Nós, ao contrário de muita gente por aí, temos o princípio democrático e civilizatório, nós presumimos inocência”.

No domingo, Silva reuniu-se com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, para discutir o assunto. Logo na manhã desta segunda ele anunciou que pediu que a Procuradoria Geral da República investigue os fatos e colocou-se à disposição para prestar esclarecimentos na Câmara, onde nesta terça-feira (18) teria audiência para tratar dos investimentos para a Copa do Mundo. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, acrescentou que vai encaminhar ao diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Coimbra, pedido de investigação sobre as denúncias.

A presidenta Dilma pontuou que o governo está muito mais rigoroso na assinatura de convênios com ONGs, e lembrou que se tem incentivado as parcerias com municípios e estados. Desde setembro foram firmadas novas regras para os contratos entre organizações não governamentais e ministérios, que preveem, entre outras coisas, que o ministro é o responsável direto por eventuais problemas. “Tem que fazer uma chamada pública, tem de apurar se a ONG existe há mais de três anos, e ela é imediatamente tirada de qualquer possibilidade de conveniação se ela tiver incorrido em alguma falha, seja qual falha for.”

Na Câmara, a sessão conjunta das comissões de Turismo e Desporto, e de Fiscalização Financeira e Controle será utilizada para falar a respeito das acusações. “A matéria foi feita baseada exclusivamente no depoimento de duas pessoas. O ministro e nós, do PCdoB, assim como o governo da presidente Dilma, queremos tudo esclarecido e tudo será esclarecido”, disse o líder do partido na Câmara, deputado Osmar Júnior (PI).

Por outro lado, a oposição pretende aproveitar a ocasião para levantar debates sobre o governo Dilma. “A denúncia é muito grave. Apesar de outras acusações terem sido feitas ao longo do ano sobre desvios de recursos do programa Segundo Tempo, desta vez o ministro está envolvido diretamente”, afirmou o líder do PSDB, deputado Duarte Nogueira (SP).

Com informações da Agência Brasil e da Agência Câmara