Humala nomeia conservadores para comandar economia peruana

Posse de Humala ocorre na próxima semana (Foto: © Enrique Castro Mendivil/Reuters – Arquivo) São Paulo – Uma semana antes da posse do presidente eleito do Peru, Ollanta Humala, foram […]

Posse de Humala ocorre na próxima semana (Foto: © Enrique Castro Mendivil/Reuters – Arquivo)

São Paulo – Uma semana antes da posse do presidente eleito do Peru, Ollanta Humala, foram conhecidos os primeiros nomes do ministério do futuro governo. As áreas escolhidas para a divulgação foram justamente pastas responsáveis pela economia, e a opção foi por nomes conservadores, em um reforço dos sinais ao mercado de que a cartilha seguida será a de evitar rupturas, como prometido durante o pleito.

A posse está programada para 28 de julho. Oito dos seus 18 ministros foram divulgados na quinta-feira (21). Na presidência do Conselho de Ministros, o empresário Salomón Lerner Ghitis foi o escolhido. Para economia, recebeu a indicação Luis Miguel Castilla, de perfil neoliberal e favorável à manutenção de uma agenda ortodoxa na condução na área. Além deles, foram conhecidos os titulares de cargos como Relações Exteriores, Produção, Defesa, Energia e Minas, Mulher e Desenvolvimento Social e Ambiente.

Enquanto Ghitis é engenheiro e possui ampla influência sobre Humala desde antes da eleição, Castilla era vice-ministro (algo como secretário-geral nas pastas brasileiras) da Fazenda do atual governo de Alan Garcia. Na prática, apesar das críticas ao modelo neoliberal implantado no país, a opção foi pela continuidade.

A reação entre empresários e setores conservadores foi positiva, segundo informam agências internacionais. Entre grupos de esquerda que compõem a aliança de Humala, a Gana Perú, há algum descontentamento pela escolha para a economia. “Preferíamos um ministro da Economia comprometido com o programa econômico de mudança da Gana Perú, mas creio que, apesar de as nomeações dizerem alguma coisa, é preciso esperar a designação do resto da equipe e as ações concretas do próximo governo”, disse Javier Diez Canseco, parlamentar eleito pelo Partido Socialista, ao jornal argentino Página 12.

Entre as questões sensíveis à esquerda peruana estão os royalties de minerais, questões relacionadas a reservas de gás natural e o investimento em programas sociais. Na campanha, dizendo seguir os passos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Humala havia prometido barrar rompimentos de contratos e buscar um governo de mudança.