Sexo, álcool e gordura estão entre grandes causadores de mortes

Londres – O cuidado com apenas cinco fatores de saúde poderia evitar milhões de mortes prematuras e levar ao aumento da expectativa de vida global em quase cinco anos, informou […]

Londres – O cuidado com apenas cinco fatores de saúde poderia evitar milhões de mortes prematuras e levar ao aumento da expectativa de vida global em quase cinco anos, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira (27).

Má nutrição infantil, sexo inseguro, álcool, condições precárias de higiene e saúde e alta pressão arterial devem ser responsabilizados por cerca de um quarto das 60 milhões de mortes prematuras em todo o mundo anualmente, disse a OMS em um relatório.

No entanto, enquanto a falta de alimentos nutritivos apresenta-se como um grande risco para os que moram nos países mais pobres, a obesidade e o sobrepeso representam riscos ainda maiores nos países mais ricos –levando a uma situação na qual a obesidade e o sobrepeso causam mais mortes no mundo do que o baixo peso.

“O mundo enfrenta alguns riscos grandes, disseminados e certos à saúde”, disse a OMS no relatório Riscos à Saúde Global. O trabalho examinou 24 importantes riscos à saúde e afirmou que reconhecê-los e avaliá-los ajudaria os responsáveis por políticas de saúde a definir estratégias a fim de melhorar a saúde da forma mais ampla, eficaz e com baixo custo.

“À medida que a saúde melhora, os ganhos podem multiplicar”, diz o documento. “A redução do peso da doença nos pobres pode aumentar os níveis de renda, que por sua vez ajudará ainda mais a reduzir as desigualdades da saúde.”

O relatório advertiu que, embora alguns dos principais fatores de risco à saúde (como o tabagismo, a obesidade e o sobrepeso) em geral estarem associados com países de alta renda, mais de três quartos do fardo global total de doenças que causam ocorrem atualmente nos países pobres e em desenvolvimento.

“Os riscos de saúde estão em transição: as populações estão envelhecendo em razão dos sucessos contra as doenças infecciosas; ao mesmo tempo, os padrões de atividade física e consumo de alimentos, álcool e tabaco estão mudando”, afirma ele.

“Entender o papel desses fatores de risco é importante para desenvolver estratégias claras e eficazes para melhorar a saúde global.”

A agência de saúde da Organização das Nações Unidas (ONU), com sede em Genebra, listou os principais riscos de mortalidade do mundo, como pressão alta (responsável por 13% das mortes no mundo), consumo de tabaco (9%), hiperglicemia (6%), inatividade física (6%) e obesidade ou estar acima do peso (5%).

Esses fatores elevaram o risco para doenças crônicas e alguns dos maiores causadores de morte, como doenças coronárias, diabete e câncer, e afetaram “países de todos os grupos de renda –alta, média e baixa”, diz ele.

A OMS afirmou que esse estudo, que usou dados de 2004 –os mais recentes disponíveis–, mostrava como a saúde estava se tornando “globalizada” e advertiu que os países em desenvolvimento agora enfrentam cada vez mais um ônus dobrado de riscos à saúde.

“Os países mais pobres ainda enfrentam um ônus maior e mais concentrado oriundo da pobreza, da subnutrição, do sexo inseguro e da água e do saneamento inseguros”, afirmou ele. “Ao mesmo tempo, fatores de risco alimentares para pressão alta, colesterol e obesidade, somado à uma atividade física insuficiente, são responsáveis por uma proporção aumentada do fardo total de doenças.”

Fonte: Reuters