Pesquisa mostra redução nas taxas de mortalidade materna e infantil no Brasil

Estudo do Ministério da Saúde também mostrou que as mortes causadas por doenças crônicas diminuiram 17% entre 1996 e 2007, enquanto as decorrentes do diabetes cresceram 10% em onze anos

Brasília – A pesquisa Saúde Brasil 2009, divulgada nesta terça-feira (14) pelo Ministério da Saúde, mostra redução nas taxas de mortalidade materna e infantil no país. A diminuição dessas taxas está dentro das metas do Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM), estabelecidas pela Organização das Nações Unidas para serem atingidas em 2015.

De acordo com o estudo anual, todas as causas de mortes de gestantes apresentaram queda de 1990 a 2007, como hipertensão (63%), hemorragia (58%) e aborto (80%). Com isso, a taxa de mortalidade materna passou de 140 a cada 100 mil bebês nascidos vivos, na década de 90, para 75 a cada 100 mil em 2007.

A trajetória de queda brasileira foi maior de 1990 a 2001. De 2002 a 2007, tem variado de 72 a 75 mortes por 100 mil nascidos vivos.

O ministério atribui a tendência de redução da mortalidade materna à ampliação do acesso aos serviços médicos promovidos antes, durante e após o parto. Atualmente, 98% dos partos são feitos em hospitais, 89% das vezes por médicos. Quase 90% das grávidas realizam, no mínimo, quatro consultas do pré-natal no Sistema Único de Saúde (SUS).

Em relação à mortalidade na infância, a taxa nacional diminuiu 57,6%, de 1990 a 2008, entre crianças com menos de 5 anos, e passou de 53,7 para 22,8 por mil nascidos vivos. A meta estabelecida pelas Nações Unidas é de 17,9 mortes por mil nascidos vivos. O Brasil prevê cumprir o objetivo em 2012.

Segundo a publicação Saúde Brasil, o Nordeste apresentou a maior redução da mortalidade infantil no período, de 65%. Mas o índice da região está acima do nacional, 32,8 mortes para cada mil nascidos vivos.

Doenças crônicas

O mesmo estudo constatou que as mortes por doenças crônicas caíram 17% no Brasil entre 1996 e 2007. O grupo, que representa 67% do total de mortes em todo o país, inclui doenças cardiovasculares, respiratórias, neoplasias e o diabetes.

Dados do estudo Saúde Brasil 2009 revelam que a maior redução de óbitos foi registrada entre doenças respiratórias, como o enfisema pulmonar e a asma, com queda média de 2,8% ao ano. Um dos fatores apontados pela pasta é a diminuição do tabagismo no país. De 1898 a 2009, o percentual de fumantes na população brasileira caiu de 35% para 16,2% – índice menor do que os registrados em países como a Argentina (35%) e os Estados Unidos (40%).

As doenças cardiovasculares, consideradas a principal causa de morte no Brasil, apresentaram uma redução média de 2,2% ao ano entre 1996 e 2007. Apenas em 2007, 308 mil pessoas morreram vítimas desse tipo de enfermidade. Além da redução do tabagismo, o ministério cita como fatores positivos para este resultado o maior nível de instrução da população, as políticas de prevenção e a promoção de uma alimentação mais saudável, além do estímulo à atividade física.

Diabetes

O diabetes está matando mais no Brasil. A constatação é que, de 1996 a 2007, as mortes causadas pela doença cresceram 10%. Com esse aumento, os óbitos passaram de 30 para 33 por grupo de 100 mil habitantes no período.

Para o governo federal, o crescimento das mortes por diabetes tipo 2, a mais comum, está relacionado ao sobrepeso na maior parte da população. Dados de vigilância em saúde do ministério revelaram que quase metade dos brasileiros está acima do peso. A incidência da obesidade na população subiu de 11,4%, em 2006, para 13,9%, em 2008.

A publicação identificou grande prevalência das mortes por diabetes na Região Nordeste. Em Alagoas, por exemplo, a média foi de 56 mortes por 100 mil habitantes no ano de 2007, contra proporção de 26 por 100 mil no estado de São Paulo.

Os números vão no caminho contrário de outras doenças crônicas não transmissíveis, que apresentam tendência de queda. O estudo do ministério apontou redução de 17% nas mortes causadas por doenças crônicas, que fez mais de 705 mil vítimas somente em 2007. A queda foi de 569 para 475 óbitos por 100 mil pessoas. Em 2007, as doenças crônicas responderam por 67,3% das mortes, sendo 29,4% as cardiovasculares e 15,1% os cânceres. Em quarto lugar está o diabetes, com 4,6%.

Com informações da Agência Brasil