Manifesto

Pacto pela Vida responsabiliza Bolsonaro ‘pela tragédia que vivemos’

“O povo não pode pagar com a própria vida”, criticam cientistas e entidades como CNBB, OAB, ABI, que também apelam aos jovens para que se protejam e não atuem como vetores da doença

Carolina Antunes/PR
Carolina Antunes/PR
Para entidades,é "notória" a ineficiência de Bolsonaro e Pazuello no combate à pandemia

São Paulo – Entidades que compõem o Pacto pela Vida divulgaram manifesto para cobrar do Ministério da Saúde medidas urgentes no combate à pandemia. O documento, publicado na última quarta-feira (10), afirma que ineficiência do governo Jair Bolsonaro é “a principal responsável pela tragédia que vivemos”, com o progressivo aumento no número de mortes e o surgimento de novas variantes ainda mais letais do novo coronavírus. A carta é assinado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Comissão Arns, Academia Brasileira de Ciências, Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

“A população brasileira necessita de vacina agora”, instam as entidades. “O vírus não será dissipado com obscurantismos, discursos raivosos ou frases ofensivas. Basta de insensatez e irresponsabilidade”, destacam. As entidades, no entanto, pedem que o Ministério da Saúde cumpra seu papel como “indutor eficaz” de políticas de saúde em nível nacional.

Entre as medidas sugeridas estão o acesso rápido aos medicamentos e testes validados pela ciência e a rastreabilidade permanente do vírus. Além de “um mínimo de serenidade ao povo”, para conter o agravamento da pandemia.

Por outro lado, cientistas, advogados, religiosos, jornalistas e defensores de direitos humanos destacam que “o negacionismo mata” e que a “ineficiência” do governo federal “é notória”. Em função disso, eles apoiam as medidas restritivas adotadas por governadores e prefeitos, bem como os seus esforços para a compra de imunizantes.

Auxílio emergencial

Além disso, também pressionam o Congresso Nacional a dar “prioridade máxima” na aprovação de medidas legislativas que auxiliem no combate à doença e na preservação de vidas. “Nesse sentido, o auxílio emergencial digno, e pelo tempo que for necessário, será imprescindível para salvar vidas e dinamizar a economia”, frisaram.

Ao Poder Judiciário, em especial o Supremo Tribunal Federal (STF), pedem que zelem pelos direitos da cidadania e pela harmonia entre os os poderes. À imprensa, que “atue livre e vigorosamente, de forma ética, cumprindo sua missão de transmitir informações confiáveis e com base científica”.

Apelo aos jovens

O documento termina com um apelo particular à juventude. “O vírus está infectando e matando os mais jovens e saudáveis, valendo-se deles como vetores de transmissão. Que a juventude brasileira assuma o seu protagonismo histórico na defesa da vida e do país, desconstruindo o negacionismo que agencia a morte.”

“Sabemos que a travessia é desafiadora, a oportunidade de reconstrução da sociedade brasileira é única e a esperança é a luz que nos guiará rumo a um novo tempo”, conclui o manifesto.