Infogripe

Fiocruz: Síndrome Respiratória Grave segue crescendo no Norte e Nordeste

Nos estados do Sudeste, Sul e Centro-Oeste, tendência é de desaceleração dos casos de SRAG, com formação de “platô” ou declínio. Mas cenário ainda exige cautela

Breno Esaki/Agência Saúde-DF
Breno Esaki/Agência Saúde-DF
Covid-19 respondeu por 94,9% dos óbitos e 79,3% dos casos de SRAG nas últimas quatro semanas

São Paulo – O novo boletim Infogripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quarta-feira (20), sinaliza cenários opostos entre o norte e sul do país. Nos estados das regiões Norte e Nordeste, os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) continuam a crescer em ritmo elevado. Por outro lado, os do Sudeste, Sul e Centro-Oeste apontam para interrupção do crescimento do número de casos. A análise é referente ao período dos dias 10 a 16.

Apesar da desaceleração da doença e possível formação de “platô” em diversos estados do centro-sul, o cenário ainda é instável e exige cautela. Os estados do Paraná e do Rio Grande do Sul, por exemplo, mostram tendência de retomada do crescimento em crianças menores de 11 anos. Já no Distrito Federal, Goiás, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo, os pesquisadores identificaram sinais de queda no número de casos de SRAG.

O pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do boletim, explicou as diferenças regionais da evolução da doença. “Isso pode estar associado ao fato de que a metade sul iniciou o processo de crescimento mais cedo, ainda em abril, enquanto na metade norte esse processo se inicia com maior clareza a partir de final de maio e início de junho”, afirmou, em entrevista à Agência Fiocruz.

Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, entre os óbitos pela síndrome respiratória, 91,9% testaram positivo para covid-19, que também foi responsável por 79,3% dos casos diagnosticados. Nos demais casos, 1,9% foram de Influenza A, 0,2% de Influenza B e 5,6% do vírus sincicial respiratório (VSR). Entre os óbitos, a presença desses vírus entre os resultados positivos foi de 0,8% para influenza A; 0,3%, influenza B; 0,5%, VSR.

SRAG por região

Desse modo, são 18 unidades federativas que apresentaram crescimento na tendência de longo prazo, aponta a Fiocruz: Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Piauí, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins. Os demais estados e o Distrito Federal apresentam estabilidade ou queda na tendência de longo prazo.

Além disso, 13 das 27 capitais têm sinais de crescimento dos casos de SRAG no longo prazo: Aracaju, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Macapá, Maceió, Manaus, Palmas, Porto Velho, Salvador, São Luís, Teresina e Vitória.