Casos de tuberculose no Brasil caem 20,3% em dez anos

Ministério Saúde anuncia inclusão do teste rápido de tuberculose no SUS. A tecnologia detecta a presença do bacilo causador da doença em duas horas

Edson Silva/Folhapress

Até maio, 92 cidades consideradas estratégicas para o controle da doença devem contar com novos equipamentos

Brasília – O Ministério da Saúde divulgou hoje (24) que o registro de 71.123 novos casos de tuberculose em 2013. A taxa de incidência da doença no país ficou em 35,4 casos para cada 100 mil habitantes, o que indica queda de 20,3% em relação a 2003, quando a taxa era 44,4 casos para cada 100 mil pessoas. No período houve  4.406 óbitos provocados pela doença. A taxa de mortalidade foi 2,3 óbitos para cada 100 mil habitantes.

O ministério também anunciou a inclusão do teste rápido da doença no Sistema Único de Saúde (SUS). A tecnologia, denominada Gene Xpert, detecta a presença do bacilo causador da tuberculose em duas horas, além de identificar se há resistência ao antibiótico Rifampicina, usado no tratamento da doença.

Ao todo, 50 equipamentos devem ser distribuídos ainda nesta semana ao Amazonas, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. De acordo com a pasta, até maio, todos os estados serão beneficiados, totalizando 160 máquinas em funcionamento em 92 cidades consideradas estratégicas, com capacidade de realizar, juntas, 640 mil testes rápidos ao ano.

As localidades concentram 55% dos novos casos de tuberculose registrados e englobam todas as capitais e municípios com mais de 130 novos casos da doença.

De acordo com o ministério, estão sendo investidos R$ 15 milhões na implementação da tecnologia no SUS. Os recursos são destinados à aquisição dos testes, das máquinas (computadores com leitor de código de barras e impressora) e para o treinamento dos profissionais de saúde. A técnica já foi testada em Manaus e no Rio de Janeiro.

Ainda de acordo com o ministério, moradores de rua representam a população mais vulnerável à tuberculose – o risco de infecção é 44 vezes maior que na população geral. Em seguida, estão as pessoas com HIV/aids (risco 35 vezes maior); população carcerária (28 vezes) e indígenas (três vezes).

O coordenador do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, Dráullio Barreira, lembrou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima a existência de 9 milhões de casos de tuberculose em todo o mundo, sendo 3 milhões deles não detectados e, portanto, sem tratamento.

O Brasil, segundo ele, se mantém em uma situação “confortável” em relação ao diagnóstico da doença (82%, quando a recomendação da OMS é de, pelo menos, 70%). Atualmente, o país ocupa a 16ª posição entre os 22 com maior carga de tuberculose e a 111ª posição em taxa de incidência.

“Ainda é um desafio. Temos a tuberculose como a quarta causa que mais mata entre doenças infecciosas”, destacou o coordenador. A doença aparece ainda como a primeira causa de morte entre doenças infecciosas em pessoas que vivem com HIV/aids.

Com informações da Agência Brasil