Alerta sanitário

Brasil monitora casos suspeitos de varíola dos macacos, doença ‘despercebida’, diz OMS

Onda que surgiu de repente afeta 30 países. No Brasil há três casos sob suspeita: no Ceará, Santa Catarina e Rio Grande do Sul

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Varíola dos macacos tem preocupado autoridades sanitárias no Brasil e no mundo

São Paulo – A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) informou, na última segunda-feira (30), que recebeu a notificação de um caso suspeito de varíola dos macacos, identificado em um residente da capital. Segundo a Sesa, o paciente com suspeita da doença não teria tido qualquer contato com alguém contaminado e nem viajado para os locais onde a doença já foi registrada. 

A infectologista do Hospital São José Lisandra Damasceno explica como acontece a infecção: “As pessoas se contaminam ou se infectam quando elas têm contato muito próximo com o macaco ou outros animais – que não só os macacos são os reservatórios, alguns outros primatas podem ser reservatórios -, ou com outras pessoas doentes. É uma virose causada por um vírus chamado Orthopoxvirus e por ser uma doença que causa principalmente doença nos macacos, ela é chamada de monkeypox”. 

Além do Ceará, outros dois registros com indícios da infecção são investigados em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, totalizando três casos suspeitos no país, segundo a Agência Brasil. Estudos apontam que a vacina contra a varíola humana pode também ser eficiente contra a doença: “Pessoas que já foram vacinadas para a varíola humana, ou seja, aquelas que têm entre 40 e 50 anos, podem ter alguma proteção para essa varíola dos macacos”, afirma Lisandra. 

A doença no mundo

A onda atual de casos de varíola do macaco em cerca de 30 países, fora das regiões endêmicas, sugere que a transmissão do vírus passou despercebida por algum tempo, anunciou a Organização Mundial da Saúde (OMS) em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (1º), segundo a agência de notícias AFP.

“O surgimento súbito da varíola do macaco em diferentes países no mesmo período sugere que a transmissão não foi detectada durante certo tempo”, declarou o diretor da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

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Maria Van Kerkhove, especialista em doenças infecciosas emergentes da OMS, afirma que é possível parar a transmissão entre humanos em países não-endêmicos: “Isso é decisivo porque estamos em uma situação em que podemos usar ferramentas de saúde pública como identificação precoce, isolamento dos casos, conversar com as comunidades, ouvir as comunidades, se juntar às comunidades para ser parte da solução. Não se trata da OMS dizendo ao mundo o que fazer, trata-se de trabalhar com as comunidades para dizer: como podemos chegar a uma boa solução?”

Portugal

Segundo o jornal Público, Portugal atingiu nesta quinta-feira 138 casos confirmados de varíola dos macacos. São mais 19 casos confirmados. A maioria dos infectados é localizada na região de Lisboa e Vale do Tejo. Também existem casos pontuais no Norte e no Algarve.

Os casos identificados estão estáveis e recebem acompanhamento clínico, de acordo com a Direcção-Geral da Saúde (DGS). Todos os infectados são homens, a maioria abaixo dos 40 anos. Ainda assim, isso não significa que o vírus só afeta homens, existindo casos de mulheres infectadas em Espanha, Estados Unidos, República Checa e Suíça.

Com informações de Brasil de Fato, Público, AFP e Agência Brasil


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