fuga de cérebros

Muitos laureados ao longo da história do Prêmio Nobel são migrantes

Dos 45 cientistas do Reino Unido que foram premiados, 15 eram imigrantes. A tendência se repete em outros países

creative commons
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A Unesco aponta Marie Curie (1867-1934) como um exemplo de cientista imigrante de grande destaque na história da humanidade

São Paulo – Ao longo da história, o Prêmio Nobel foi entregues para os países mais ricos. Entretanto, grande parte dos laureados são migrantes. A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) divulgou um comunicado sobre o tema na última semana. Dos 45 cientistas premiados do Reino Unido, por exemplo, 15 eram imigrantes. E a tendência se repete em outros países. Como na Suíça, onde são oito estrangeiros contemplados, enquanto sete nasceram no país.

Os únicos países que receberam prêmios Nobel sem ajuda de imigrantes são Japão e Suécia. “A alta porcentagem de imigrantes e expatriados vencedores do Prêmio Nobel pode ser atribuída, principalmente, às instituições de pesquisa dos países mais desenvolvidos, que atraem cientistas de todo o mundo. De acordo com o Relatório de Ciências da Unesco de 2021, os países do G20 representam quase 89% da população mundial de pesquisadores, indicando a importância do financiamento”, destaca a entidade.

Trata-se de um problema global de países como o Brasil. A ciência e o potencial dos pesquisadores cresce sem correspondência ou apoio dos governos. Desse modo acaba havendo a fuga desses profissionais altamente qualificados. “Em alguns casos, a população de pesquisadores cresceu mais rápido do que os gastos com pesquisa, o que resulta em dificuldades para o financiamento de projetos. O cenário pode levar a uma fuga de cérebros”, aponta a Unesco.

Exemplo

A Unesco aponta Marie Curie (1867-1934) como um exemplo de cientista imigrante de grande destaque na história da humanidade. Ela nasceu no então Reino da Polônia, parte do Império Russo e estudou na Universidade Volante de Varsóvia, instituição clandestina na época. Mas aos 24 anos, saiu de seu país em busca de seguir com sua carreira. Estabeleceu-se pesquisadora em Paris, aos 24 anos; cidade em que morava sua irmã mais velha, Bronislawa Curie.

Curie possui dois prêmios Nobel; um de física em 1903 e outro de química em 1911. Sua contribuição no campo da radioatividade e energia nuclear é inestimável. “Ela foi a primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel, sendo também a primeira pessoa e a única mulher a ganhá-lo duas vezes, além de ser a única pessoa a ser premiada em dois campos científicos diferentes. Pioneira em múltiplas frentes, Curie também foi a primeira mulher a se tornar professora na Universidade de Paris e, em 1995, e se tornou a primeira mulher a ser sepultada por seus próprios méritos no Panteão de Paris”, diz a Unesco.


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