PANDEMIA

Covid-19 em São Paulo: capital atinge maior taxa de transmissão desde o início da pandemia

De acordo com plataforma de especialistas, número atual de 1,79 deve piorar para 1,86 até o final de janeiro

Beth Santos/Prefeitura do Rio
Beth Santos/Prefeitura do Rio

São Paulo – A taxa de transmissão de covid-19 na cidade de São Paulo atingiu, nesta quarta-feira (26), sua maior marca desde o início da pandemia, em março de 2020. De acordo dados da plataforma Infotracker, desenvolvida por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp), a taxa está em 1,79. Ou seja, cada 100 infectados transmitem o vírus para outras 179 pessoas.

O pico anterior havia sido em março de 2021, na segunda onda de covid, quando este índice chegou a 1,70. E o número atual tende a aumentar nos próximos dias, de acordo com as análises da plataforma, chegando a uma taxa de transmissão de 1,86, até o fim do mês, em São Paulo. A onda é motivada pelo crescimento de 361% de internações de pacientes com a doença em um mês – período entre 24 de dezembro e 24 de janeiro.

Os dados do Brasil também são preocupantes. Ontem (25), a taxa de transmissão do coronavírus no país subiu para 1,78 esta semana, segundo o Imperial College de Londres. O número é o mais alto para o país desde, pelo menos, julho de 2020.

Hospitalização e testes

Diante do aumento de casos de covid-19, a prefeitura de São Paulo aumentou o número de leitos da cidade. O secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, afirmou, ontem, que a cidade passa a ter 1.241 leitos voltados para contaminados pelo coronavírus em nove hospitais municipais. A atual taxa de ocupação de UTIs e enfermarias é de 71% e 65%, respectivamente, com 840 pessoas internadas ao todo.

A alta reflete na ocupação dos hospitais públicos da cidade que são referência na doença. No Hospital da Brasilândia, na zona norte da capital, a ocupação de UTI é de 86% e na enfermaria, 86%. No Hospital Guarapiranga, na zona sul, a UTI tem 76% de ocupação, com 144 pacientes, e a enfermaria 68% de leitos ocupados, com 47 pacientes.

Para monitorar a transmissão da doença em São Paulo, a capital também recebeu 350 mil testes rápidos ontem. A prefeitura acredita que o estoque atual seja suficiente para atender a população por mais 30 dias, já que a procura por testes é grande nos postos de saúde e em clínicas particulares da capital há semanas.