Dengue

Dilma e Alckmin anunciam investimentos para combater o zika

Contrato prevê R$ 100 milhões para o Instituto Butantan, que pesquisa uma vacina. Presidenta pede que cada pessoa dedique 15 minutos por semana para 'faxina' em suas casas, eliminando criadouros

Roberto Stuckert Filho/PR

Dilma e Alckmin acompanharam as primeiras vacinações contra a dengue

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, se encontraram hoje (22) na capital paulista para abrir a terceira e última fase de pesquisas do Instituto Butantan em busca de uma vacina contra a dengue. Dilma pediu que cada pessoa destine 15 minutos, uma vez por semana, a uma faxina em suas casas, principalmente para evitar que qualquer recipiente tenha águas paradas, a fim de eliminar os criadouros. A única forma de evitar a contaminação, insistiu a presidenta, é “não deixar o mosquito nascer”.

Assinado pelo ministro da Saúde, Marcelo Castro, pelo presidente, André Franco Montoro Filho, e pelo diretor do Instituto Butantan (ligado ao governo paulista), Jorge Kalil, o contrato prevê investimento de R$ 100 milhões nos próximos dois anos para desenvolver a pesquisa. Também hoje, o instituto iniciou, no Hospital das Clínicas, a vacinação de um grupo de voluntários. Dilma e Alckmin presenciaram as três primeiras vacinações. Não dói nada, garantiram, trocando gracejos. A estimativa do Butantan é ter uma vacina disponível em 2018. “Estamos muito esperançosos”, disse o governador.

Durante um ano, 17 mil voluntários em todo o país participarão dos estudos e serão vacinados. Segundo Alckmin, nas primeiras duas fases da pesquisa se observou “alta proteção” contra os quatro vírus da dengue. Ao agradecer a “boa parceria” com o governo federal, ele afirmou que o estado já chegou a 5,155 milhões de moradias vistoriadas. Também estavam no ato, entre outros, o ministro da Defesa, Aldo Rebelo, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e os secretários estadual e municipal de Saúde, David Uip e Alexandre Padilha, respectivamente.

No total, a previsão é de investimento de R$ 300 milhões do governo federal para o Butantan. Segundo o Ministério da Saúde, além dos R$ 100 milhões da pasta, estão sob análise a liberação de recursos do mesmo valor vindos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, por meio de contrato da Financiadora de Estudos e Projetos(Finep), e do BNDES.

Dilma também ressaltou o novo marco legal, assinado recentemente, de apoio a pesquisa e inovação em ciência e tecnologia. “O Brasil tem fortes instituições de pesquisa, grandes laboratórios, e o Butantan dá um passo muito significativo com este momento que nós hoje estamos aqui presenciando”, afirmou.

“O investimento é um compromisso do governo federal com o desenvolvimento de novas tecnologias contra Aedes aegypti e as doenças transmitidas por esse mosquito. A pesquisa do Butantan é promissora contra a dengue e pode nos auxiliar na busca soluções contra o vírus zika”, disse Marcelo Castro.

Nessa última etapa da pesquisa, diz o ministério, dois terços dos voluntários receberão a vacina e um terço receberá placebo (“substância com as mesmas características da vacina, mas sem os vírus, ou seja, sem efeito”). O voluntário e a equipe médica não saberão se foi aplicado o placebo ou a vacina. “O objetivo é descobrir, mais à frente, a partir de exames coletados dos voluntários, se quem tomou a vacina ficou protegido e quem tomou o placebo contraiu a doença.”

Amanhã, Dilma receberá a diretora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margareth Chan, em visita ao Brasil para acompanhar ações de combate ao zika vírus, com especial atenção a casos de microcefalia em bebês.

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