Mais Médicos

Para ministro Padilha, tática de médicos contra programa prejudica a população

Ontem profissionais paralisaram atendimento na rede pública, exceto serviços de urgência e emergência, em Brasília, Rio Grande do Sul e Minas Gerais

Valter Campanato/ABr

Grupo de 70 manifestantes se concentrou em frente ao Ministério da Saúde, em Brasília

São Paulo – O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, criticou o cancelamento de cirurgias e consultas em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) como forma de protestar contra o Programa Mais Médicos, anunciado pelo governo federal.

“O Ministério da Saúde está com as portas abertas para ouvir sugestões. Mas não concordo que se prejudique a população que às vezes espera meses por uma cirurgia ou para uma consulta. Apresentem as propostas concretas, mas não partam para uma tática que prejudique a população”, disse, ao se referir à paralisação que profissionais de Saúde fizeram ontem (30) em vários estados do país.

Os profissionais atenderam a convocação da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), paralisaram atendimento na rede pública, exceto serviços de urgência e emergência, e realizaram manifestações no Distrito Federal, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.

Além do Mais Médicos, os profissionais também protestaram contra os vetos presidenciais ao Ato Médico e cobraram investimentos de 10% da receita bruta da União na saúde pública.

O ministro informou que passou a manhã na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) ouvindo professores, representantes de estudantes e médicos, que apresentaram sugestões ao Mais Médicos. Segundo Padilha, o governo está aberto ao diálogo para aprimorar o programa.

“Quem vier apresentar propostas, se manifestar e discutir soluções, elas [as propostas] serão muito bem-vindas. Não acho correto prejudicar a população, cancelando cirurgias e consultas por um programa que não baixa o salário de ninguém, não tira emprego de ninguém, pelo contrário, gera empregos e oportunidade para médicos brasileiros”, concluiu.

Em Brasília, um grupo de 70 manifestantes se concentrou em frente ao Ministério da Saúde. Em nota, a Secretaria de Saúde do DF, informou que 20% dos atendimentos foram interrompidos devido à paralisação e que “ausência de alguns médicos está nos padrões habituais”.

Em Belo Horizonte, capital mineira, médicos fizeram manifestação e anunciaram que amanhã também haverá paralisação e passeata. No Rio Grande do Sul, o sindicato anunciou que o movimento atingiu todo o atendimento eletivo da rede pública e que as manifestações se estenderam por todo o estado.

Em nota divulgada ontem em resposta às paralisações e às manifestações, o Ministério da Saúde defendeu o programa ressaltando que ele tem o objetivo de acelerar os investimentos em infraestrutura e ampliar o número de médicos nas regiões carentes. “Dos 3.511 municípios que aderiram ao Mais Médicos, 92% acessaram recursos para expansão e melhoria da sua rede de saúde. O investimento federal em infraestrutura será R$ 15 bilhões até 2014, sendo que R$ 7,4 bilhões desse total já estão contratados”, diz a nota.

Com informações da Agência Brasil

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