Ditadura chamou menino de dois anos de terrorista e subversivo

A primeira audiência pública conjunta entre as comissões nacional da verdade e paulista realizada nesta segunda-feira, 12, na Assembleia Legislativa de São Paulo, trouxe à tona um passado desconhecido da maioria dos brasileiros. Ernesto do Nascimento, hoje com 44 anos, foi considerado terrorista e subversivo pelos militares, quando tinha apenas dois anos de vida. Tudo porque seu pai era guerrilheiro da VPR, a Vanguarda Popular Revolucionária, organização política de combate à ditadura, liderada pelo capitão Carlos Lamarca. Ernesto foi uma das quatro crianças trocadas com outros 40 presos políticos, como resgate do sequestro do embaixador alemão, Ehrenfried von Holleben, em 1970. Ele também revela que um dos torturadores pressionou seus pais a assinarem um documento que o liberavam para a adoção. O relato foi feito na presença da advogada Rosa Cardoso e da psicanalista Maria Rita Kehl, que representaram a Comissão Nacional da Verdade no encontro. Os casos dos guerrilheiros Eduardo Collen Leite, o Bacuri, e Luiz Eurico Tejera Lisboa foram apresentados oficialmente às duas representantes. A mulher de Tejera Lisboa, Suzana Lisboa, quer alterar o atestado de óbito do marido, lavrado pelos militares como suicidio. Denise Crispin, mulher de Bacuri, torturado por 109 dias seguidos, quer que os novos oficiais do Exército tenham vergonha dos atos praticados pelos comandantes do período. Reportagem de Lúcia Rodrigues.

A primeira audiência pública conjunta entre as comissões nacional da verdade e paulista realizada nesta segunda-feira, 12, na Assembleia Legislativa de São Paulo, trouxe à tona um passado desconhecido da maioria dos brasileiros. Ernesto do Nascimento, hoje com 44 anos, foi
considerado terrorista e subversivo pelos militares, quando tinha apenas dois anos de vida. Tudo porque seu pai era guerrilheiro da VPR, a Vanguarda Popular Revolucionária, organização política de combate à
ditadura, liderada pelo capitão Carlos Lamarca. Ernesto foi uma das quatro crianças trocadas com outros 40 presos políticos, como resgate do sequestro do embaixador alemão, Ehrenfried von Holleben, em 1970.
Ele também revela que um dos torturadores pressionou seus pais a assinarem um documento que o liberavam para a adoção. O relato foi feito na presença da advogada Rosa Cardoso e da psicanalista Maria Rita Kehl, que representaram a Comissão Nacional da Verdade no
encontro. Os casos dos guerrilheiros Eduardo Collen Leite, o Bacuri, e Luiz Eurico Tejera Lisboa foram apresentados oficialmente às duas representantes. A mulher de Tejera Lisboa, Suzana Lisboa, quer alterar
o atestado de óbito do marido, lavrado pelos militares como suicidio. Denise Crispin, mulher de Bacuri, torturado por 109 dias seguidos, quer que os novos oficiais do Exército tenham vergonha dos atos
praticados pelos comandantes do período. Reportagem de Lúcia Rodrigues.