Rádio Brasil Atual

Vannuchi critica ‘cinismo’ da mídia na cobertura da corrupção no metrô

Para analista, grandes jornais buscam o tempo todo desqualificar denúncias que atingem governos do PSDB

Marcelo Camargo/ABr

O secretário-chefe da Casa Civil de São Paulo, Edson Aparecido, negou que o governo tenha conhecimento sobre suposto cartel em licitações

São Paulo – O cientista político Paulo Vannuchi criticou hoje (5), em sua análise diária para a Rádio Brasil Atual, o “cinismo” dos grandes meios de comunicação quando tratam de denúncias envolvendo governos do PSDB – como no caso dos esquemas de corrupção envolvendo o metrô e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

Segundo ele, é preciso que se acabe com a ideia de “transformar a corrupção numa arma de luta partidária, em que a mídia se associa aos tucanos para atacar seus adversários como corruptos.”

Vannuchi ressaltou o fato de a mídia tradicional questionar mais o vazamento das informações contra o governo de São Paulo do que a do o mérito das denúncias.

“A mídia começou um contra-ataque, procurando por quem teria vazado informações. Quando é denuncia de corrupção do PT, não é levantada a preocupação com a ilegalidade de vazamentos. Mas quando as denúncias são em relação a governos tucanos, o conteúdo da corrupção fica em segundo plano.”

Vannuchi falou também da importância da reforma política no combate à corrupção. “É necessária uma real democratização dos meios de comunicação e, junto com isso, políticas de combate à corrupção para valer. Só o financiamento público de campanha garante isso.”

Esquema

De acordo com reportagem veiculada na revista IstoÉ há duas semanas, um cartel formado pelas empresas Alstom, Bombardier, CAF, Siemens, TTrans e Mitsui manteve um esquema de desvios de recursos públicos e pagamento de propina a políticos tucanos e membros do alto escalão dos governos do PSDB em São Paulo, em troca de favorecimentos nas licitações de obras do Metrô e da CPTM.

A informação surgiu a partir de acordo assinado pela Siemens com o Cade, pelo qual a multinacional alemã pode se beneficiar de imunidade civil e criminal relativa a sua participação no cartel. O esquema, segundo a denúncia, começou no governo Mário Covas e continuou nas gestões de José Serra e Geraldo Alckmin, todos do PSDB.

Ouça aqui o comentário de Paulo Vannuchi.

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