Acusação turbinada

TSE decide se ‘minuta golpista’ reforçará acusação que pode tornar Bolsonaro inelegível

Tribunal deverá confirmar decisão do corregedor geral eleitoral, Benedito Gonçalves, que incluiu nos autos o texto encontrado na casa do ex-ministro Anderson Torres. Decisão ocorre no âmbito da ação movida pelo PDT após Bolsonaro reunir embaixadores para atacar o processo eleitoral

Clauber Cleber Caetano/PR
Clauber Cleber Caetano/PR
Reunião de Bolsonaro com embaixadores no Palácio do Planalto: aviso da intenção de golpe

São Paulo – O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deverá confirmar nesta terça-feira (14) a inclusão da “minuta golpista” nos autos do processo que pode tornar Jair Bolsonaro inelegível. Em meados de janeiro, o corregedor-geral eleitoral, Benedito Gonçalves, inseriu a minuta no rol da ação movida pelo PDT. A legenda acusa o ex-presidente de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

O partido entrou com a ação em julho, logo após Bolsonaro reunir embaixadores no Palácio do Planato. Na ocasião, Bolsonaro atacou mais uma vez, sem apresentar provas, o sistema eleitoral e as urnas eletrônicas.

A chamada ‘minuta golpista” é uma proposta de decreto que serviria para o então presidente Jair Bolsonaro (PL) declarar estado de defesa na sede do TSE. O objetivo seria reverter o resultado da eleição de 2022, que deu vitória a Lula (PT). A Polícia Federal encontrou o documento na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que continua preso.

TSE: 16 ações podem tornar ex-presidente inelegível

Na avaliação do corregedor eleitoral, há uma “inequívoca correlação” entre as acusações feitas na ação do PDT contra Bolsonaro e os documentos apreendidos. Para complicar a situação de Bolsonaro, que pode se tornar inelegível, Benedito Gonçalves tomou outra medida: pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes o compartilhamento das provas colhidas em inquérito que apura os atos antidemocráticos que culminaram com o 8 de Janeiro.

O ex-presidente é alvo de outras 15 ações de investigação judicial eleitoral, todas relatadas pelo corregedor-geral eleitoral. Todas elas podem deixá-lo de fora da disputa para quaisquer cargos nos próximos oito anos. Aliado do ministro Alexandre de Moraes, Benedito Gonçalves é considerado “linha dura” por apoiadores do ex-presidente.