Serra convoca vereadores para ‘batalha’ contra Haddad e deixa em segundo plano periferia

'Cada vereador será um comandante', disse o coordenador Edson Aparecido; PSDB elencou bairros onde irá intensificar campanha para reduzir vantagem de petista ou aumentar votos em seu candidato

Campanha tucana reuniu José Serra e vereadores eleitos no comitê do candidato, no centro de São Paulo (Foto: Diogo Moreira/Frame/Folhapress)

São Paulo – A coordenação de campanha do candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, José Serra, apresentou hoje (9) sua estratégia para vencer o segundo turno das eleições municipais contra Fernando Haddad (PT). O tucano quer repetir o êxito de 2004, quando desbancou a também petista Marta Suplicy, e para isso convocou todos os vereadores eleitos pela coligação Avança São Paulo para se engajarem na batalha e arrebanhar mais votos – sobretudo em seus redutos eleitorais.

“Cada vereador será um comandante”, disse o coordenador tucano, Edson Aparecido, ao encomendar a missão aos novos parlamentares. “Vamos agregar em nossa estratégia figuras locais, deputados estaduais e federais, mas cada um dos vereadores eleitos ficará responsável por uma zona eleitoral.” A ideia é aproveitar a expressiva votação obtida pelos parlamentares da coligação – e transformá-la em votos para José Serra no próximo dia 28.

“Foi um resultado realmente bom, o melhor entre as forças políticas da cidade”, avaliou o candidato do PSDB à prefeitura ao comentar o desempenho dos candidatos à Câmara. “Basta dizer que, dos seis primeiros colocados, os seis estão em nossa coligação. E esses seis representam todos os partidos da nossa base.” Os vereadores em questão são Tripoli (PV), Andrea Matarazzo (PSDB), Goulart (PSD), Milton Leite (DEM), Coronel Telhada (PSDB) e Antonio Carlos Rodrigues (PR), que estavam presentes à reunião de hoje. Juntos, eles somam mais de 612 mil votos.

“Também há uma densidade de votos, entre todos os que se elegeram conosco, bem acima dos outros partidos”, continuou José Serra. No total, todos os 25 vereadores eleitos pela coligação Avança São Paulo somam mais de 1,3 milhão de votos. O grupo formará a primeira força política da Câmara Municipal, seguida pela coligação Para Mudar e Renovar São Paulo, capitaneada pelo PT, que recebeu nas urnas o apoio de 651,6 mil eleitores e conseguiu emplacar 16 parlamentares – a coligação comandada pelo PSDB inclui vereadores do PSD, partido do prefeito Gilberto Kassab que tem facilidade para mudar de eixo político.

Fronts

“Vencemos em 31 zonas eleitorais no centro expandido da cidade, onde chegamos a alcançar algo em torno de 60% da votação em algumas áreas”, lembrou Edson Aparecido. “Há uma área mais volátil, onde temos uma possibilidade muito grande de crescimento.” De acordo com o coordenador da campanha tucana, os bairros que serão priorizados pelo PSDB são aqueles em que José Serra obteve uma votação 15% superior ou 15% inferior à de Fernando Haddad.

“Vamos trabalhar na cidade como um todo, é evidente, mas é evidente também que há áreas onde podemos reduzir a diferença em relação à outra candidatura – e áreas onde podemos ampliar ainda mais nossa vantagem”, precisou. “Chegamos ao final do primeiro turno em primeiro lugar, numa curva de crescimento. Queremos fazer com que essa curva se acentue nos próximos 16 dias e nos leve à vitória. No segundo turno de 2004 e 2008, foram nessas áreas onde mais crescemos.”

As regiões da cidade onde José Serra obteve votação mais expressiva foram Santo Amaro e Saúde, na zona sul; Indianópolis, Jardim Paulista e Vila Mariana, na zona centro sul; Butantã e Pinheiros, na zona oeste; e Santana, na zona norte. Já Fernando Haddad venceu com maior vantagem em Parelheiros, Grajaú, Piraporinha e Capão Redondo, na zona sul; Cidade Tiradentes, Guaianases e São Mateus, na zona leste; e Perus, na zona norte. Estes são alguns bairros onde a campanha tucana pretende incidir com mais força durante as duas semanas que restam até o segundo turno.

Por isso, José Serra pediu aos vereadores eleitos que não fechem completamente seus comitês de campanha antes do dia 28. Se a estratégia der certo e derrotar Fernando Haddad, o tucano irá governar com ampla maioria da Câmara. “Estive fazendo uma conta com vereadores eleitos por outras legendas próximas e podemos ter o apoio de 35 parlamentares, o que asseguraria uma ampla maioria pro prefeito e pra prefeitura no Legislativo”, contabilizou Serra. A Câmara de São Paulo tem 55 cadeiras. “Sabemos como isso é importante. Há uma infinidade de coisas que exigirão trabalho rápido, como eu gosto de fazer, como já fizemos na prefeitura e no estado.”