A Câmara Municipal de São Paulo deve votar, nesta quarta-feira (28), proposta de aumento salarial para o prefeito Gilberto Kassab (DEM), a vice-prefeita Alda Marco Antonio e 27 secretários. O salário de Kassab deve passar dos atuais R$ 12 mil para R$ 17,5 mil. Já a remuneração dos secretários pulam de R$ 5,3 mil para o mesmo valor do prefeito.

Parte dos vereadores da base do prefeito na Casa questionam a conveniência da proposta. Os aliados de Kassab manifestaram-se favoravelmente ao reajuste, mas alegam que o momento não é adequado. Os parlamentares governistas estão preocupados com o desgaste que a ação pode causar, principalmente depois que a Justiça Eleitoral cassou 13 vereadores acusados de receber doações ilegais da Associação Imobiliária Brasileira (AIB), na semana passada. Todos os parlamentares recorreram e continuam no cargo até julgamento do Tribunal REgional Eleitoral (TRE).

Outro entrave para justificar o aumento salarial de Kassab e secretariado são os sucessivos cortes de verbas em serviços essenciais ao longo de 2009 e novas reduções de investimentos em áreas essenciais como saúde e transporte em 2010.

A proposta de aumento salarial de prefeito, vice e secretários é responsabilidade da Mesa Diretora da Câmara e foi apresentada na terça-feira (27) pelo presidente da Câmara, vereador Antonio Carlos Rodrigues (PR). Entretanto, o caminho para o reajuste foi aberto em agosto, quando a Casa aprovou aumento do teto do funcionalismo de R$ 12.384,06 para R$ 22.111. Para valer em 2010, a proposta precisa ser votada em plenário neste ano.

A decisão de apresentar a proposta de reajuste agora seria, na visão da oposição, para evitar desgastes maiores do governo em ano eleitoral. Dentro dessa mesma filosofia, a prefeitura também deve apresentar proposta para a correção do IPTU ainda em novembro.