Nova Legislatura

Somente 25 dos 513 deputados federais se elegeram com votos próprios

Isso significa que só um em cada 20 deputados federais foi eleito com votos próprios no domingo. Esse desempenho é menor do que o de 2018, quando 27 deputados obtiveram uma cadeira sem depender dos votos totais

Elaine Menke/Câmara dos Deputados
Elaine Menke/Câmara dos Deputados
Só 11 partidos tiveram representantes que atingiram o quociente eleitoral. É o caso do PL, PP, Psol, PT, União Brasil, Avante, Cidadania, Novo, Podemos, PSB e Republicanos

São Paulo – Do total de 513 deputados federais eleitos no domingo (2), apenas 25 deles (ou 4,85% do total) atingiram o valor do quociente eleitoral, que é a divisão dos votos válidos, que desconsidera os brancos e nulos, pelo número de cadeiras que cada estado tem direito. De acordo com levantamento divulgado pelo portal G1, esse número indica que somente um em cada 20 parlamentares se elegeu com os próprios votos. 

O grupo de 25 eleitos com votos próprios é menor do que o registrado em 2018, quando 27 deputados federais obtiveram uma cadeira na Câmara sem depender dos votos totais obtidos pelo conjunto do partido ou da federação. Nesta eleição, só 11 partidos tiveram representantes que atingiram o quociente eleitoral. É o caso do PL, PP, Psol, PT, União Brasil, Avante, Cidadania, Novo, Podemos, PSB e Republicanos. A legenda do atual presidente da República, Jair Bolsonaro, foi a que teve mais candidatos eleitos com votos próprios. 

Caso a caso 

Ao todo, foram oito nomes entre os 99 eleitos pelo PL: Nikolas Ferreira (MG), Carla Zambelli (SP), Eduardo Bolsonaro (SP), Ricardo Salles (SP), André Ferreira (PE), Filipe Barros (PR), General Pazuello (RJ) e Bia Kicis (DF). Em seguida aparece o PP, com quatro dentro de 47 deputados: Delegado Bruno Lima (SP), Clarissa Tércio (PE), Arthur Lira (AL) e Doutor Luizinho (RJ). Entre os 12 parlamentares eleitos, o Psol também teve três representantes que superaram o quociente eleitoral: Guilherme Boulos (SP), Taliria Petrone (RJ) e Fernanda Melchionna (RS). 

No PT, que elegeu 68 deputados, Gleisi Hoffmann (PR) e Paulo Pimenta (RS) também conquistaram uma cadeira por votos próprios. Mesmo número do União Brasil, que formou uma bancada com 59 parlamentares: Silvye Alves (GO) e Daniela do Waguinho (RJ). Os demais elegeram um deputado federal apenas cada. É o caso de André Janones (Avante-MG), Amom Mandel (Cidadania-AM), Marcel van Hattem (Novo-RS), Deltan Dallagnol (Podemos-PR), Tabata Amaral (PSB-SP) e Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS). 

Como é feita a divisão

Os demais, como mostra a reportagem, foram “puxados” com os votos dados aos partidos e aos demais candidatos. O que é permitido, dado o sistema proporcional de eleição para a Casa. Isso é diferente da votação para o Senado ou cargos do Executivo, como presidente da República e governadores. Nem sempre o candidato a deputado mais votado é o que obtém uma cadeira. A vaga depende do chamado quociente eleitoral. 

Ele primeiro divide o número de votos válidos pelo número de cadeiras em disputa, de acordo com o total disponível para cada estado. Ou seja, se forem 100 mil votos válidos e 10 cadeiras em disputa, por exemplo, o quociente eleitoral será de 10 mil. Junto a isso também é calculado o quociente partidário que divide o número de votos que o partido ou a coligação tiveram pelo quociente eleitoral. O que resulta no total de cadeiras que a sigla ganhará. Considerando a hipótese do quociente ser de 10 mil, e um partido ou coligação ter recebido 27 mil votos, a divisão resultará na conta de 2,7. Isso garantirá ao partido duas vagas.

A partir disso, cada legenda preenche as vagas que tem direito com os deputados que alcançaram mais votos individualmente. 

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