PT, PCdoB e PV

Federação Brasil da Esperança elege o maior número de deputadas

Com 91 mulheres eleitas, representação das mulheres na Câmara dos Deputados é recorde, com crescimento de 17,7%, mas ainda abaixo da média mundial

Reprodução/PT na Câmara
Reprodução/PT na Câmara
Juntos, PT, PCdoB e PV, elegeram 21 deputadas

São Paulo – A partir do ano que vem, 91 mulheres farão parte da próxima legislatura na Câmara dos Deputados. Em relação às últimas eleições, quando 77 foram eleitas, a representação feminina cresceu 18%. A Federação Brasil da Esperança (FE Brasil), integrada pelo PT, PCdoB e PV, elegeu o maior número de deputadas, com 21 no total. Já a Federação Psol Rede terá oito mulheres na Câmara.

Ainda assim, elas respondem por apenas 17,7% do total de 513 parlamentares que compõem a Casa. Nesse sentido, há ainda um longo caminho a percorrer em direção à igualdade de gênero, já que nestas eleições as mulheres correspondem a 52,65% do eleitorado.

Além disso, o Brasil está muito atrás da média mundial da representatividade feminina no Legislativo. Em todo o mundo, a participação das mulheres nos parlamentos é de 26,4% em média, segundo a União Interparlamentar (UIP). A organização global reúne 193 países, e o Brasil está no 146° lugar neste critério. Se o país seguisse a média mundial, a bancada feminina na Câmara seria de cerca de 135 deputadas.

Destaques

Por partido, PT e PL, ambos com 17 nomes, terão o maior número de mulheres na Câmara a partir de 2023. No partido de Bolsonaro, no entanto, elas representam 17,7% do total de eleitos. No PT, por outro lado, elas serão 25,7% da bancada de 66 deputados. Ainda assim, as deputadas eleitas pelo PL mostram que a representação feminina não é necessariamente progressista. Por outro lado, o Centro Feminista de Estudos e Assessoria (CFemea), anota que feministas e progressistas foram eleitas em todos os estados, seja na Câmara dos Deputados, ou nas assembleias estaduais.

No PT, as deputadas Gleisi Hoffmann (PR) – presidenta da legenda –, Luizianne Lins (CE) e Natália Bonavides estão entre as mais votadas em seus estados. A deputada estadual Juliana Cardoso (SP) também passa a integrar o time de mulheres petistas na Câmara no ano que vem. Maria do Rosário (RS), uma das vítimas e expoente da luta contra o bolsonarismo também foi reeleita. Assim como Benedita da Silva (RJ). No Psol, Talíria Petrone (RJ) foi a terceira mais votada do estado. Além disso, Luiza Erundina (SP) vai para o seu sexto mandato consecutivo como deputada. Pelo PCdoB, Jandira Feghali também foi reeleita.

Primeiras deputadas trans

Eleitas deputadas federais, Erika Hilton (Psol-SP) e Duda Salabert (PDT-MG) fizeram história ao se tornarem as primeiras trans eleitas para a Câmara. Com passagens pelos legislativos municipais das capitais dos seus estados, ambas tiveram votação expressiva nessas eleições.

Salabert foi a terceira deputada mais votada de Minas, com 208 mil votos. Já Erika conquistou 257 mil votos, ocupando a 8ª posição no estado. Os feitos de ambas ganham proporções ainda mais relevantes, considerando que o Brasil, há 12 anos consecutivos, mantém o vergonhoso título de país que mais mata pessoas trans em todo o mundo. Os dados são do último relatório da Transgender Europe (TGEU), entidade que mapeia a violência transfóbica.

Além de Erika e Duda, em Brasília, outras três mulheres trans foram eleitas para os legislativos estaduais. Linda Brasil (Psol-SE) será a primeira deputada trans a ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa de Sergipe. Do mesmo modo, Danieli Balbi é a primeira trans na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Já Carolina Iara (Psol-SP), que integra a Bancada Feminista, segue o legado de Erika Hilton e Erica Malunguinho (que não se candidatou dessa vez), que já ocuparam cadeiras na Assembleia Legislativa de São Paulo.

“Saímos de um quadro onde não haviam representações trans na Câmara Federal para duas extremamente qualificadas e poderosas”, celebrou a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), em nota. “Um número ainda baixo, mas extremamente representativo e potente”.

A entidade também ressalta as eleições das deputadas estaduais. “Um resultado promissor e que nos faz seguir em frente na defesa da democracia, dos direitos humanos e do Estado laico, atentas ao lugar que historicamente travestis ocupam em nossa sociedade”.

Com informações da Agência Câmara de Notícias


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