Tumulto

Renan discute com Gleisi, incendeia debates e trabalhos são suspensos

Ministro Ricardo Lewandowski resolveu antecipar horário de almoço em uma hora e disse que se clima tenso continuar, terá de fazer uso de seguranças para conter ânimos mais acirrados entre os senadores

Agência Senado

Gleisi afirmou ontem (25) que ‘nenhum senador tinha moral para julgar o impeachment’; Renan se incomodou

Brasília – O ministro Ricardo Lewandowski resolveu antecipar o período de almoço por uma hora para que os senadores retornem aos trabalhos de forma mais calma, às 13h. Uma discussão acalorada entre o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e a senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) acirrou o clima de tensão.

Renan saiu da mesa diretora, desceu ao local onde estavam os senadores para falar ao microfone, após a sessão ter sido suspensa pela primeira vez. Pediu calma aos colegas e disse que, como representante do Senado, gostaria de pedir desculpas. “Desculpas ao ministro Lewandowski, desculpas aos senadores que estão aqui e desculpas à sociedade pela lamentável forma como está sendo realizada esta sessão”.

O presidente do Senado resolveu se dirigir diretamente a Gleisi. Ressaltou que ela tinha cometido um ato gravíssimo ao ter dito, ontem, que “nenhum senador tinha moral para votar o impeachment da presidenta Dilma Rousseff”.

“A senhora chegou ao cumulo de dizer isso. Como uma senadora afirma isso, quando há 30 dias o presidente do Senado conseguiu no STF desfazer o seu indiciamento e do seu esposo?”, acusou Renan , numa referência à prisão do ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, preso e depois liberado, envolvido numa das últimas etapas da operação lava jato – a operação Custo Brasil.

Gleisi disse que isso não era verdade. Os petistas partiram para a defesa da senadora. E Renan, ao ser criticado pelos colegas, acrescentou: “Não quero tocar fogo, mas quero dizer que isso não pode acontecer aqui”.

Renan já tinha se demonstrado incomodado com a fala da senadora. E avisado aos parlamentares de quem é mais próximo que, se fosse necessário, desceria da mesa diretora para se manifestar. Mas não se esperava uma posição tão forte por parte do presidente da Casa em relação à questão.

A sessão foi suspensa pela primeira vez porque Lindberh Farias (PT-RJ), que tem tido embates duros com o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), pediu ao ministro Lewandowski para tomar providências em relação ao desrespeito que tem sido observado no plenário da Casa. Lindbergh chamou a atenção para conduta de Caiado, a quem chamou de “desqualificado” por ter dado a entender que a senadora Gleisi Hoffmann estava querendo aliciar testemunhas de defesa.

Gleisi chegou a sentar, demonstrando nervosismo, e foi apoiada por colegas. Renan Calheiros também demonstrou nervosismo. Ele deu a entender que iria se manifestar para dar um tom apaziguador, mas não se controlou e, ao fazer as críticas a Gleisi, terminou sendo puxado pelos colegas a ele ligados para evitar novas discussões com outros senadores.

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