‘PSD terá força no RS’, garante integrante do novo partido

Na Assembleia Legislativa do estado, deputados desconhecem movimentação. DEM, de onde são egressos boa parte dos integrantes da legenda articulada por Gilberto Kassab, ironiza iniciativa

O deputado federal Marcelo Aguiar não revela nomes com quem tem discutido. Lideranças do DEM ironizam articulação (Foto: Diógenis Santos/Agência Câmara)

Porto Alegre – O Partido Social Democrático (PSD) nasceu balançando o coreto da política brasileira, mas no Rio Grande do Sul, até agora, não faz nenhum barulho. Entretanto, o deputado federal Marcelo Aguiar (PSC-SP), um dos responsáveis por buscar adesões ao PSD, garante que o partido será forte no estado. “O RS é um lugar onde o partido vai vir com uma força muito grande”, diz.

Já na sua fundação, no início do mês de abril, o partido idealizado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, contou com a adesão de 31 deputados federais, dois senadores, cinco vice-governadores e um governador. O partido já tem força nos principais colégios eleitorais do país. Em São Paulo tem causado estragos em outros partidos. No Rio de Janeiro, já há pelo menos dois deputados federais, além do candidato derrotado à vice-presidência Índio da Costa. Em Minas Gerais, o PSD já tem três parlamentares e na Bahia, o vice-governador Otto Alencar (PP) deve coordenar a sigla.

No quinto maior colégio eleitoral, o Rio Grande do Sul, sabe-se pouca coisa sobre o PSD. Na Assembleia Legislativa, deputados de vários partidos desconhecem qualquer contato de integrantes da nova sigla. Boa parte deles diz que o estado será um dos redutos mais difíceis para Kassab arrebanhar correligionários. Alegam que o estado é conservador “num bom sentido”, de modo que se aferram convicções e vínculos com partidos.

O deputado Marcelo Aguiar diz que não vê essa dificuldade. Afirma que tem conversas bastante adiantadas com deputados federais e estaduais gaúchos, e também com políticos das principais cidades do estado. Ele afirma que ainda nesta semana é possível que se conheça os primeiros integrantes gaúchos do PSD. “Estamos tendo cuidado. Há uma conversa sim. As pessoas com quem estamos conversando estão mantendo a discrição”, sustenta. Ele afirma que Kassab tem tratado pessoalmente da tarefa de arrebanhar partidários no RS.

Aguiar explica que o novo partido está buscando se consolidar primeiro em nove estados, o número mínimo de estados em que é preciso contar com assinaturas para garantir a criação do partido antes de 5 de outubro, data limite para a sigla poder participar das eleições de 2012. O parlamentar prefere não revelar as siglas das pessoas com quem tem conversado no RS.

Por ora, o ex-deputado Germano Bonow, que está sem mandato, é o único que pode fazer parte do PSD. Bonow diz ter participado de duas conversas sobre a fundação de um novo partido, no início de abril e no final de março, junto com colegas dos Democratas, como o próprio Gilberto Kassab e o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos. Bonow revela que, nas reuniões, alegou que “neste momento da vida” não tem disposição para capitanear a criação de um novo partido, mas não descarta aderir ao projeto mais adiante. “No momento, estou observando, esperando para ver o que vai acontecer”, afirma.

Os principais nomes do DEM no estado hoje, os deputados Onyx Lorenzoni (federal) e Paulo Borges (estadual) rechaçam totalmente aderir ao partido e dizem que sequer foram procurados. Onyx tem dado diversas declarações criticando a nova sigla, o que repetiu ao Sul21: “Para mim, o Kassab está vendendo terreno na lua. Não acredito que este partido se legalize até o dia 5 de outubro. Aí as pessoas que estão indo não disputam a eleição em 2012? Acho que isto vai virar no maior fiasco partidário brasileiro”. “É um partido formado por insatisfeitos, vai gerar o quê? Insatisfação”, diverte-se Paulo Borges.

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