São Paulo – O deputado federal Ciro Gomes (PSB) está oficialmente fora da disputa pela presidência da República. O presidente do PSB, governador Eduardo Campos, transmitiu nesta terça-feira (27) a decisão tomada pela Executiva da sigla.

Agora, Campos considera que apoiar a candidatura da ex-ministra Dilma Rousseff (PT) é o “caminho natural” para a sigla. “A Comissão Executiva Nacional avalia como correta e consequente a participação do PSB no governo Lula. É dever das forças populares contribuir para a continuidade desse projeto”, disse.

PT e PSB devem realizar uma reunião dentro de uma semana para definir a formação de uma coligação que deve ser anunciada oficialmente durante a segunda quinzena de maio.

O presidente do partido disse que a retirada da candidatura de Ciro não está condicionada a nenhuma garantia do PT de apoiar candidatos do PSB nos estados. “Em hora nenhuma condicionamos a decisão a qualquer acordo eleitoral nos estados. Não vamos fazer desse gesto uma permuta, mas é claro que pode vir a facilitar”.

Nas últimas semanas, Ciro Gomes e a direção do partido vinham se desentendo a respeito de qual caminho seguir. O deputado insistia na candidatura própria desde o ano passado, quando chegou a aparecer bem cotado nas pesquisas de intenções de votos. Mas, como ele afirmou publicamente várias vezes, o presidente Lula gostaria que ele se retirasse da disputa para permitir uma eleição em caráter plebiscitário: de um lado, seu governo e Dilma Rousseff e, do outro, José Serra e o governo do PSDB (1995-2002).

Atendendo a um pedido do presidente, Ciro Gomes transferiu seu domicílio eleitoral para São Paulo, deixando em aberto a possibilidade de disputar o governo estadual, controlado há quase duas décadas pelos tucanos. Mas o parlamentar sempre deixou claro que esse não era seu desejo e que ele preferia disputar o Planalto.

Nos últimos dias, ele concedeu diversas entrevistas nas quais disparou não apenas contra os tradicionais inimigos do PSDB, mas contra integrantes da gestão petista e mesmo contra Lula. O deputado, que ameaçou se retirar da vida pública, deve definir agora se estará envolvido nas eleições de outubro ou não.

Com informações da Reuters e da Agência Brasil