Protestos contra Arruda sofrem repressão da PM no DF

Manifestante relata que ação policial começou quando foi fechada avenida em frente ao Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal

A Polícia Militar do Distrito Federal reprime manifestantes contra o governador Arruda em frente ao Palácio do Buriti (Foto: Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil)

A Polícia Militar do Distrito Federal reprimiu nesta quarta-feira (9) um protesto realizado em frente ao Palácio do Buriti. O ato fazia parte das mobilizações para pedir a saída do governador José Roberto Arruda e do vice, Paulo Octávio, acusados de comandar um esquema de uso indevido de verbas usando empresas privadas.

De acordo com manifestantes, o movimento transcorria pacificamente quando um grupo decidiu fechar uma avenida. “Apesar de todos os carros que estavam parados estarem nos apoiando, a polícia quis repreender os manifestantes. Começou uma grande confusão e daí se expandiu”, relata Levy Brandão, integrante da comissão “Fora Arruda e sua máfia”.

Na rede de relacionamentos Twitter, o assunto ganhou repercussão imediata. Desde o início da tarde são colocados testemunhos do ocorrido e críticas à atuação policial. Uma das pessoas informa que policiais bateram em um idoso que estava deitado no chão. Há fotos de pessoas feridas.

Durante o ato, foram colhidas assinaturas pedindo a abertura de impeachment contra o governador e o vice. A intenção é pressionar a Câmara Legislativa do Distrito Federal, ainda controlada por Arruda, para que os processos sejam levados adiante.

“Só conseguiremos tirar o governo local se houver mobilização popular. É preciso conscientização para mudar todo esse esquema sujo”, afirmou a presidente da Central Única dos Trabalhadores no Distrito Federal (CUT-DF), Rejane Pitanga. Segundo ela, o movimento continuará com sua missão de convocar a população para exigir “o desmanche” do esquema de corrupção do governador e demais envolvidos.

O Diretório Central dos Estudantes da Universidade de Brasília convocou para quinta-feira (10) um novo protesto, ainda sem horário definido. Outra manifestação ocorreu na terça (8), quando houve bate-boca entre contrários e favoráveis a Arruda. A oposição na Câmara Legislativa vai pedir ao Ministério Público Federal que investigue a chegada de quatro ônibus com partidários do governador. A intenção é averiguar se os veículos foram alugados com dinheiro público e se os manifestantes eram funcionários públicos forçados a participar do ato.

O presidente em exercício da Câmara Legislativa do DF, Cabo Patrício (PT), disse que a pressão pelo afastamento dos envolvidos vai continuar, apesar de o bloco aliado ao governo estar se movimentando para evitar esse desfecho.

De acordo com ele, muitos parlamentares que sustentavam a defesa do governo estão deixando essa posição. “O importante é que no final seja votado o pedido de impeachment do governador Arruda”.

Até o momento, não se sabe quantas pessoas ficaram feridas no ato desta quarta. Os manifestantes informaram que três pessoas chegaram a ser detidas, mas foram liberadas em seguida. Procurado, o governo do Distrito Federal não se manifestou a respeito.

Com informações da Agência Brasil.

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