Proposta da reforma política chega à Câmara em meio a conflito
Eduardo Cunha irritou a base aliada ao designar para a presidência, nesta manhã, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ); atitude está sendo vista como uma espécie de “golpe”
Publicado 10/02/2015 - 17h02
Brasília – A Câmara dos Deputados está vivendo um dia de conflitos hoje (10), por causada instalação da comissão que vai analisar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 352/2013, que trata da reforma política. A PEC é criticada por parlamentares da base aliada e movimentos sociais que pedem uma mudança nas leis político-eleitorais para o país, por não contemplar os principais pontos reclamados nos últimos anos, como a proibição do financiamento privado de campanhas.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), irritou a base aliada ao designar para a presidência, nesta manhã, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). Cunha afirmou que a instalação da comissão representa “um gesto político da maior relevância no início da legislatura, porque mostra que a Casa está disposta a votá-la”.
Para os parlamentares contrários à proposta, a atitude está sendo vista como uma espécie de “golpe”, de forma a forçar a aprovação de um projeto que não contemple o que tem sido esperado pela sociedade e mantendo os itens considerados mais polêmicos atualmente, nas regras político-partidárias.
“Essa PEC vai na contramão dos interesses da sociedade. Consiste numa contrarreforma política. É depositária dos piores objetivos dos setores que querem manter a estrutura política vinculada ao capital”, afirmou o deputado Renato Simões (PT-SP). Neste momento, os deputados estão reunidos para definir os demais integrantes da comissão que vai apreciar a matéria.