Casa caindo

PF identifica pagamentos suspeitos de Cid para Michelle Bolsonaro e parentes

Bolsonaros são alvos de investigações que apontam diferentes irregularidades. Escândalos estão surgindo após apreensão de celulares

Wilson Dias / ABr
Wilson Dias / ABr
O novo escândalo envolvendo o núcleo do ex-presidente Jair Bolsonaro aponta desvio de verbas para pagamento de despesas pessoais da família Bolsonaro

São Paulo –  A Polícia Federal identificou um suposto esquema de corrupção envolvendo a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid. O novo escândalo envolvendo o núcleo do ex-presidente Jair Bolsonaro aponta desvio de verbas para pagamento de despesas pessoais da família Bolsonaro, além de sete depósitos em dinheiro vivo feitos na conta de Michelle.

As informações estão em um relatório da PF obtido pelo portal Uol. Trata-se de mais uma possibilidade de atos ilícitos envolvendo a família Bolsonaro, que veio à tona após investigação do celular apreendido de Cid. Ele está preso desde o dia 3 de maio por conta de fraudes nos cartões de vacinas da família Bolsonaro. Agora, além de novos escândalos, o ex-presidente está cada vez mais na berlinda. Isso porque a família de Cid contratou um advogado especialista em delação premiada.

As suspeitas sobre Michelle Bolsonaro

Como reação às suspeitas envolvendo Michelle, o Ministério Público Federal (MPF) já pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) a formação de uma força-tarefa para investigar o caso. Os investigadores da PF localizaram áudios trocados entre Cid e assessores do governo Bolsonaro. A orientação era para que despesas de Michelle fossem pagas em dinheiro vivo. Cid, em determinado momento, chega a demonstrar preocupação com os atos. Ele, inclusive, cita a possibilidade de comparação com esquema de rachadinhas do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, caso os atos viessem a público.

“Esses depósitos ocorreram predominantemente de forma fracionada, ou seja, o depositante ao invés de utilizar um único envelope com a quantia desejada, fracionou o valor total em dois envelopes distintos, realizando os depósitos de forma sucessiva em em curto espaço temporal”, afirma relatório da PF. A prática de realizar os depósitos de forma fracionada é comum nos casos de rachadinha. Criminosos atuam desta forma para tentar dificultar a apuração da autoridade policial.

Possíveis crimes

Os depósitos foram realizados entre março e maio de 2021. Além disso, a PF localizou uma transferência bancária em julho daquele ano diretamente da conta de Cid para Michelle. Também existem evidências de pagamentos em espécie de contas do irmão e da tia da ex-primeira-dama. Então, Cid deixa claro, em um dos áudios, que a orientação para as operações veio do próprio Bolsonaro.

Agora, autoridades investigam a origem dos recursos. A suspeita é, entre outros crimes, de peculato e corrupção passiva. Além disso, existe a possibilidade de enquadramento dos suspeitos na Lei de Organizações Criminosas. A lei extravagante dispõe sobre procedimentos processuais especiais em investigações relevantes, incluindo a colaboração premiada.

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