Parlamentares do DEM defendem dissolução de diretório regional no DF

A Executiva Nacional do Democratas (DEM) reúne-se depois do carnaval, quando tomará novas medidas para tentar desvincular o nome da legenda da crise de corrupção que levou à prisão o […]

A Executiva Nacional do Democratas (DEM) reúne-se depois do carnaval, quando tomará novas medidas para tentar desvincular o nome da legenda da crise de corrupção que levou à prisão o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, que deixou a legenda para evitar um processo de expulsão. O problema da cúpula do Democratas agora é encontrar uma solução para preservar o vice-governador, Paulo Octávio, das consequências geradas com a crise instituída no GDF.

A dissolução do diretório regional do DEM, no Distrito Federal, será uma das propostas colocadas para discussão na Executiva Nacional. O deputado Ônyx Lorenzoni (RS), membro da Executiva Nacional e ex-líder do partido na Câmara dos Deputados, levará esta proposta que também é defendida por outros parlamentares como o senador Antônio Carlos Magalhães Júnior (DEM-BA).

“Essa ação deveria ter sido tomada no mesmo tempo em que abrimos o processo contra o governador Arruda. Inclusive dando o mesmo prazo para que o diretório tomasse as providências cabíveis. Houve uma falta de sintonia entre o diretório regional com as determinações do diretório nacional. Agora, tem que ser feita a dissolução do diretório regional”, disse o parlamentar à Agência Brasil.

O presidente do diretório do DEM, em Brasília, é próprio vice-governador Paulo Octávio. O democrata gaúcho considera que, com o afastamento de Paulo Octávio do comando regional do partido, ele ficará “liberado para exercer o governo do Distrito Federal”. Apesar de também estar sob investigação no processo aberto pelo Ministério Público, parlamentares do DEM consideram que, por exercer um cargo eletivo e ser o sucessor direto de Arruda, não cabe ao vice-governador as mesmas sanções impostas a filiados e deputados distritais do partido.

“Uma coisa são os filiados do partido. O partido desautorizou qualquer filiado a participar da equipe do governador do Distrito Federal e quem desobedecer estará sujeito as mesmas sanções impostas a Arruda”, disse o líder do Democratas no Senado, José Agripino Maia (RN). Quanto ao vice-governador, Agripino Maia disse que a Executiva Nacional não hesitará, “se algo de concreto, claro e ilegal existir contra Paulo Octávio” em tomar uma posição igual a imposta a Arruda.

Para o líder do DEM, no momento, não há qualquer argumento que justifique uma ação mais enérgica contra o vice-governador. Ele acrescentou que Paulo Octávio teve o nome citado por terceiros de que também participaria do esquema de corrupção no GDF.

O senador Adelmir Santana (DEM-DF), suplente de Paulo Octávio, é outro que saiu em defesa do vice-governador. Na mesma linha do líder de seu partido, Santana afirmou que há citações do nome de Paulo Octávio no processo, “mas que não há prova cabal”. Acrescentou que a linha sucessória prevista na Constituição Federal e na Lei Orgânica dos Partidos tem que ser preservada.

Na quinta-feira (11), o senador Demóstenes Torres foi taxativo. Qualificou a postura adotada até o momento pelo presidente do partido, Rodrigo Maia (RJ), de “omissa e covarde”. Torres defendeu, além da dissolução do diretório regional, que o partido expulse “sumariamente os parlamentares do DEM ligados aos casos de corrupção na capital federal”.

Demóstenes Torres afirmou que o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) também comunga da mesma opinião. Neste sentido, destacou que, caso Rodrigo Maia não tome decisões firmes sobre a questão ele e Caiado tomarão providências independentemente da posição adotada pelo comando nacional do partido. Torres não antecipou quais seriam estas providências.

Agência Brasil tentou contato por telefone com o presidente do Democratas mas não obteve retorno até o início da tarde de hoje.

Fonte: Agência Brasil