Milícia

Operação da PF prende ex-motorista de Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle

O objetivo era apreensão de cerca de 50 armas de fogo irregulares e prender em flagrante Luiz Paulo de Lemos Júnior, o Chupeta, cujo registro de CAC tinha sido cancelado

Reprodução
Reprodução
Lessa é acusado de matar Marielle e já foi condenado a 13 anos e seis meses por comércio ilegal de armas

São Paulo – A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (7), a Operação Arsenal Clandestino, no Rio de Janeiro, junto com a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/RJ) e o Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados do Exército Brasileiro. Os agentes prenderam em flagrante Luiz Paulo de Lemos Júnior, o Chupeta, motorista do ex-PM Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco, preso desde 12 de março de 2019. Lemos Júnior também era motorista do chamado Escritório do Crime, organização que cometia assassinatos a serviço de milícias.

O objetivo era apreensão de cerca de 50 armas de fogo irregulares e prender o ex-motorista de Lessa, cujo registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador tinha sido cancelado. Ele era o dono das armas. No entanto, apenas 13 foram encontradas e apreendidas, “o que indica a possível prática do crime de comércio ilegal de armas de fogo, munição e acessórios, cuja pena pode chegar a 12 anos de prisão”, diz a PF.

As armas apreendidas estavam justamente na residência do homem de alcunha Chupeta, na Ilha do Governador (Zona Norte do Rio), e por isso a prisão em flagrante. Na casa também havia munição e carros de luxo.

Lessa pesquisou o CPF de Marielle

Investigações revelaram que Ronnie Lessa pesquisou o CPF de Marielle Franco e da filha da ex-vereadora dois dias antes do crime, segundo delação de Élcio de Queiroz, também ex-PM. Depois, ele pesquisou na internet o endereço que estava no cadastro, que já havia sido dela.

Lessa também foi acusado de importar peças dos Estados Unidos para a fabricação caseira de armas no Brasil. Segundo informações do jornal O Globo, ele costumava pedir para que a filha, Mohana Lessa, trouxesse o material dos Estados Unidos, onde morava. Ela tinha uma bolsa de instrutora de futebol em Atlanta (Geórgia).

Logo no início das investigações do crime contra Marielle, comprovou-se que Lessa morava no mesmo condomínio de Jair Bolsonaro, Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro. “Não lembro desse cara. Meu condomínio tem 150 casas”, disse o então presidente à época, segundo a Folha de S.Paulo.