Dilma pede integração econômica na América Latina contra a crise

Na 6ª Cúpula da Américas, em Cartagena, na Colômbia, presidenta prega a necessidade de os países defenderem suas economias

Com os presidentes Juan Manuel Santos e Barack Obama, presidenta Dilma participa da Cúpula das Américas, na Colômbia. (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)

Brasília – A presidenta Dilma Rousseff discursou hoje (14) em favor de mais integracão entre os países da América Latina, do Caribe e dos Estados Unidos, no primeiro dia da 6ª Cúpula da Américas, em Cartagena, na Colômbia. Defendeu uma parceria entre iguais, em referência às relações comerciais entre Estados Unidos e os países latino-americanos. 

“A integração é uma forma de nos articularmos para fazer face às consequências nefastas provocadas pela crise”, disse Dilma, ao lado dos presidentes Barack Obama, dos EUA, e Juan Manuel Santos, da Colômbia, e dos chefes de Estado de outros 31 países.

“A economia dos EUA tem uma característica muito importante e eles podem desempenhar um papel muito importante neste mundo multipolar que agora surge”, disse a presidente.

Dilma falou da necessidade de os países defenderem as economias nacionais, o que não significa tomar medidas protecionistas que dificultam as trocas comerciais. “Nós temos de tomar medidas para nos defender. Não podemos deixar que nossos setores manufatureirios sejam canibalizados”, disse a presidenta.

“Sou muito otimista com as relações neste hemisfério”, disse.

Para a presidenta, é necessário que os países latino-americanos e caribenhos integrem os setores energético e logístico e as cadeias produtivas. “Dessa forma será possível garantir crescimento para todos de maneira igualitária. Temos setores industriais significativos que podem ser articulados num processo de integração em que todos nós ganhemos, uma integração entre iguais”, disse a presidenta.

Dilma destacou a necessidade de articulação das fontes de financiamento do setor produtivo e exemplificou o “extraordinário crescimento” nas relações de investimento entre o Brasil e a Colômbia. “Precisamos articular também processos de sustentação e financiamento dos nossos setores produtivos e dos nossos investimentos. Seja com o Focen (Fundo para a Convergência Estrutural e Fortalecimento do Mercosul), seja com os nossos bancos de desenvolvimento, como com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).”

A presidenta avalia que o investimento é a única forma de evitar inflação e bolhas especulativas nas economias de todos os países americanos, apesar do bom momento vivido pelo continente no que se refere ao emprego e crescimento econômico. “A distribuição de renda associada à integração e ao investimento é outra forma de garantir a transformação dos países da América.”

A 6ª Cúpula das Américas, realizada entre hoje e amanhã trata de temas como desastres naturais, redução da pobreza, acesso e utilização de tecnologias, segurança e integração.