São Paulo – Familiares do senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e do general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército, estão na folha de pagamentos de uma associação privada chamada Poupex. Criada em 1982 e com atuação no setor de financiamentos imobiliários para militares, a instituição é administrada pela Fundação Habitacional do Exército (FHE), vinculada às Forças Armadas. A informação é do jornalista Aguirre Talento, do portal Uol.

A mulher do general e hoje senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), uma filha e uma sobrinha do general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército, estão entre os parentes de militares na folha de pagamento da associação.

Segundo a publicação, estão na lista os nomes de Ana Paula Leandro de Oliveira Mourão, mulher do ex-vice-presidente da República; Ticiana Haas Villas Bôas e Marina Carvalho Villas Bôas, respectivamente filha e sobrinha do ex-comandante do Exército.

“Cabide de empregos”

De acordo com a reportagem, a associação se transformou em um “cabide de empregos” para parentes de militares. A contratação de familiares de militares de alta patente para trabalhar na associação foi considerada nepotismo pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em relatório de maio deste ano.

O documento aponta “indícios contundentes” de nepotismo. Foram identificados 221 casos de parentesco entre contratados da Poupex e integrantes das Forças Armadas. O relatório foi revelado pelo jornal Folha de S.Paulo.

“Os dados analisados permitem concluir que se encontram presentes fortes indícios de que a existência de relação laboral com o Exército, com o MD (Ministério da Defesa) ou com as demais Forças ou de parentesco com membros do conselho de administração, da diretoria e com militares do Exército são fatores possivelmente relevantes para se determinar o êxito na tentativa de se conseguir emprego na Poupex. Neste contexto, aparentemente tem relevância o nível hierárquico ocupado pelo familiar nas Forças”, diz o Relatório do TCU.

Supersalários para militares bolsonaristas

Em 2020, reportagens amplamente divulgadas na imprensa mostraram que, no período Bolsonaro, seus aliados militares no governo foram recompensados com supersalários.

O candidato a vice na chapa de reeleição  do então presidente, general Walter Braga Netto, recebeu R$ 926 mil de salários em dois meses de 2020. Em um único mês, ele embolsou R$ 120 mil só de férias. Luiz Eduardo Ramos, então ex-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, e Bento Albuquerque, ex-ministro de Minas e Energia, também foram privilegiados.