Atingidos por barragens saem em defesa de Dilma no debate sobre redução de tarifas de energia

 São Paulo – O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) divulgou hoje (24) nota de apoio à redução da tarifa de energia elétrica anunciada pelo governo federal. Ontem, a presidenta […]

 São Paulo – O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) divulgou hoje (24) nota de apoio à redução da tarifa de energia elétrica anunciada pelo governo federal. Ontem, a presidenta Dilma Rousseff anunciou em cadeia nacional de rádio e televisão que a redução, de 32% para indústrias e produtores rurais e 18% para consumidores residenciais, vale a partir desta quinta-feira, e criticou opositores e setores da mídia contrários à medida.

O MAB afirma que a redução é uma reivindicação antiga de diversos setores organizados da sociedade e poderia ser ainda maior já que “até agora, o ônus da diminuição da tarifa ficou apenas para a geração, onde predominam empresas estatais federais. Nada foi feito para atingir os altos lucros das empresas privadas que dominam o setor da distribuição”.

E também afirma que “os governos estaduais do PSDB de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, que se colocaram contra a diminuição das tarifas, ao não renovarem as concessões da CESP, CEMIG e Copel. Se estes governos tivessem aderido às medidas, a tarifa poderia sido ainda mais reduzida”. 

Para alcançar a redução desejada nas contas de luz, o governo federal contava com a adesão de todas as principais empresas do setor, mas não foi isso o que ocorreu. Três grandes empresas estaduais – Companhia Energética de São Paulo (Cesp), Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e Companhia Paranaense de Energia (Copel), estados governados por tucanos – não aceitaram a antecipação da renovação dos contratos de concessão de suas maiores usinas hidrelétricas. 

“Com a renovação, a energia sairá das geradoras estatais por R$ 0,01 o kWh, enquanto as distribuidoras venderão a mesma energia por R$ 0,15 para a população. No final, considerando impostos, as famílias pagarão no final mais de R$ 0,60 por kWh de energia”, argumenta o movimento organizado há mais de 20 pelo direitos dos atingidos na construção de barragens e um modelo energético popular e de acesso a água. 

Leia a íntegra da nota do MAB
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), ao ouvir o pronunciamento da Presidenta da República, Dilma Rousseff, vem a público manifestar os seguintes pontos: 
– Apoiamos a medida deste governo para baixar o preço da luz para as famílias brasileiras;
– A luta pela diminuição da tarifa é histórica no movimento popular e sindical, como mostra a construção recente das campanhas “O preço da luz e um roubo” e pela renovação das concessões do setor elétrico brasileiro.
– Denunciamos os governos estaduais do PSDB de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, que se colocaram contra a diminuição das tarifas, ao não renovarem as concessões da CESP, CEMIG e Copel. Se estes governos tivessem aderido às medidas, a tarifa poderia sido ainda mais reduzida.
– Denunciamos também a FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e outros setores empresariais que foram contra a renovação das concessões e que historicamente defenderam as privatizações. Esses setores atrasados do nosso país foram derrotados junto com os políticos Geraldo Alckmin, Aécio Neves e Beto Richa, representantes da privataria que, certamente, continuarão se articulando para impedir medidas que possam beneficiar o povo.
– Lembramos que a redução do preço da luz se deu por uma decisão política e pela pressão popular e não pelo falso discurso das leis do mercado e da “concorrência”. Na verdade, as leis do mercado são as principais responsáveis por pagarmos as mais altas tarifas de luz, telefone, da água e do gás nas últimas décadas.
Conclamamos todas as famílias brasileiras a continuar na luta para baixar ainda mais o preço da luz. Isso é possível pois, até agora, o ônus da diminuição da tarifa ficou apenas para a geração, onde predominam empresas estatais federais. Nada foi feito para atingir os altos lucros das empresas privadas que dominam o setor da distribuição.
Com a renovação, a energia sairá das geradoras estatais por R$ 0,01 o kWh, enquanto as distribuidoras venderão a mesma energia por R$ 0,15 para a população. No final, considerando impostos, as famílias pagarão no final mais de R$ 0,60 por kWh de energia.
Defendemos que é fundamental o respeito e valorização das empresas estatais CHESF, FURNAS, Eletronorte, Eletrosul e Eletrobrás, que são as responsáveis por oferecer energia barata, fruto do enorme esforço dos trabalhadores deste setor.  Parabenizamos os trabalhadores das empresas estatais que com seu trabalho e suor foram os que construíram o setor energético nacional e que hoje possibilita baixar o preço da energia. Exigimos que as empresas estatais não sejam privatizadas e destruídas e que os trabalhadores não sejam demitidos nem tenham pioras no salário e nas condições de trabalho, conquistados historicamente.
Finalmente, exigimos que se construa no Brasil uma justa política que garanta os direitos dos atingidos pelas barragens, recuperando as condições de vida e de trabalho daqueles que tiveram ou que correm o risco de ter que sair da sua terra para a construção das hidrelétricas.

 

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