Lula: ‘FHC deveria no mínimo ficar quieto’

Petista rebate críticas de tucano e diz que ele deveria contribuir para Dilma governar bem

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no lançamento do livro de Mino Carta (Foto: Vanessa Carvalho/Brazil Photo Press/Folhapress)

São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu ontem (26) às críticas feitas à presidenta Dilma Rousseff pelo seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso. “Acho que o FHC deveria no mínimo ficar quieto”, disse Lula no lançamento do livro O Brasil, do diretor de redação de CartaCapital, Mino Carta. “Eu acho que ele não deveria falar. O que ele deveria era contribuir para a Dilma continuar a governar o país bem. Ou seja, deixa ela trabalhar, ela sabe o que faz,” disse Lula.

Fernando Henrique havia dito que Dilma era “ingrata”, “cospe no prato que comeu” e acusou o PT de “usurpar” o projeto político do PSDB. A frase de FHC era uma resposta ao discurso da presidenta na semana anterior. No aniversário de dez anos do PT no poder, Dilma afirmara que não havia herdado nada dos tucanos na presidência.

No evento, Lula disse que a princípio não responderia a perguntas. “Hoje é o dia do Mino falar”, repetiu ele diversas vezes. Sua presença no local causou alvoroço de pessoas que queriam tirar foto com ele. Depois, porém, Lula falou sobre política.

Rio de Janeiro

A direção nacional do PMDB decidiu nesta terça que não apoiará a campanha de reeleição de Dilma em 2014 caso o PT não abra mão da candidatura do senador Lindbergh Farias ao governo fluminense. O PMDB quer o atual vice-governador, Luiz Fernando Pezão, como candidato.

Lula foi irônico ao ser perguntado sobre o assunto. “Como é que eu vou saber se eu não acompanho nem a política do estado de São Paulo? Eu, depois que deixei a presidência da República, deixei de acompanhar política de perto,” disse o ex-presidente.

Haddad

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, também marcou presença no lançamento do livro. Ele elogiou o trabalho do jornalista e escritor.

“O Mino está entre os grandes jornalistas brasileiros, pessoa com grande compromisso com aquilo que ele pensa, não tem medo de se expor, se apresentar, de ir para o debate público de peito aberto”, disse Haddad.

“Portanto, é uma pessoa que contribui muito para o debate público num país como o Brasil, tão carente de ideias, uma pessoa que se coloca e se expõe e isso é muito enriquecedor para a cidade de São Paulo e para o Brasil.”