Lula embarca para Cuba rumo ao maior evento multilateral do Sul Global e depois vai aos EUA
Na primeira parada da viagem, em Havana, o presidente brasileiro participa da Cúpula do G77 + China. Em seguida, Lula viaja aos Estados Unidos para discurso de abertura na 78º Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), na terça (19)
Publicado 15/09/2023 - 15h07
São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarca nesta sexta-feira (15) em Cuba para encontro do G77 – coalizão de 134 países em desenvolvimento – e a China. A cúpula tem início hoje e segue até este sábado (16). Trata-se da maior organização intergovernamental de países do Sul Global dentro da Organização das Nações Unidas (ONU).
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o principal objetivo do encontro é promover a coordenação dos países em diversas agendas de interesse comum. Desde a econômica, à comercial, climática, de ciência e tecnologia, entre outras. O intuito é também obter mais poder de barganha no cenário internacional. Neste ano a conferência ocorre em Havana porque Cuba tem a presidência temporária do grupo que, em 2024, passará para Uganda.
Em paralelo, o presidente Lula também terá uma reunião bilateral com o líder do regime cubano, Miguel Díaz-Canel. O encontro carrega o simbolismo da reaproximação dos dois países, distanciados após os governos de Michel Temer (MDB) e, principalmente, de Jair Bolsonaro (PL). Essa é a quinta vez do petista na ilha como presidente e a primeira viagem oficial a Cuba em nove anos. A última foi em 2014, quando a ex-presidenta Dilma Rousseff esteve em Havana. Lula também esteve com Canel em junho, em Paris, durante viagem oficial pela Europa.
Relação Brasil-Cuba
As autoridades brasileiras se preparam para discutir também a dívida cubana com o Brasil. Desde junho de 2018, o país caribenho não consegue pagar suas parcelas de financiamento às exportações brasileiras junto ao BNDES. De acordo com autoridades do governo federal, o atraso tem relação com o afastamento dos países nos últimos anos e as dificuldades econômicas-financeiras pelas quais passa a ilha por conta do bloqueio dos Estados Unidos.
O próprio Lula já afirmou em entrevistas recentes que Cuba é um “bom pagador” e que honrará suas obrigações. “Cuba vai acertar. E todos vão acertar, porque todos são bons pagadores e nunca deveram ao Brasil”, observou à Rádio Gaúcha, em junho.
Discurso na ONU
Logo após o encerramento da cúpula, o presidente brasileiro viaja para os Estados Unidos, onde fará, na terça-feira (19), o discurso de abertura da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. Desde o início da ONU, no fim dos anos 1940, por tradição cabe ao governo brasileiro realizar a primeira fala da conferência. Essa será, inclusive, a oitava vez de Lula na Assembleia Geral da ONU.
Segundo informações do g1, o discurso do chefe do Executivo tratará de um novo modelo de governança global e do combate à fome e às desigualdades. Lula também deve reforçar sua fala sobre a transição energética e a defesa da democracia e da paz justa e duradoura no mundo. O desenvolvimento sustentável e as mudanças climáticas também devem aparecer no discurso do brasileiro.
A agenda de Lula segue na quarta (20) com sua participação no lançamento de uma iniciativa global para promoção do trabalho decente, com o presidente dos EUA, Joe Biden. Também estão previstas outras reuniões bilaterais, multilaterais e ministeriais entre os países participantes e diversos organismos internacionais à margem da assembleia.
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