Mentiras e ofensas

Justiça condena Silas Malafaia por fake news contra Vera Magalhães

Justiça paulista condenou o pastor bolsonarista a indenizar a jornalista por ofensas e informações falsas

Reprodução Twitter
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Malafaia utilizou o Twitter para alegar que a jornalista recebia meio milhão de reais anualmente do "governo Dória" com o propósito de "atacar sucessivamente" o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro

São Paulo – A 21ª Vara Cível do Foro Central de São Paulo condenou o pastor Silas Malafaia a pagar R$ 15 mil à jornalista Vera Magalhães, da TV Cultura. A condenação refere-se à divulgação de informações falsas feitas pelo pastor extremista em relação à profissional no ano passado. Além disso, a magistrada determinou que Malafaia pare de compartilhar fake news sobre Vera em suas redes sociais.

O processo iniciou em agosto de 2022, quando Vera Magalhães entrou com uma ação legal contra o pastor evangélico. Na ocasião, Malafaia utilizou o Twitter para alegar que a jornalista recebia meio milhão de reais anualmente do “governo Doria” com o propósito de “atacar sucessivamente” o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com a petição inicial, Silas Malafaia ainda proferiu uma série de acusações difamatórias contra Vera. Ele rotulou-a como “ré confessa”, “medíocre”, “ridícula”, “jornalista parcial”, “covarde” e insinuando que ela só escrevia “bobagens”. Além disso, o pastor alegou que a jornalista tinha “preconceito religioso” e que se utilizava de seu gênero feminino como escudo de proteção.

Malafaia na Justiça

Em decisão liminar anterior, a Justiça atendeu ao pedido de Vera Magalhães para a remoção das publicações feitas por Malafaia. No decorrer do processo, contudo, o pastor reiterou sua afirmação nas redes sociais. Ele dizia que Vera recebia financiamento do então governador João Doria (PSDB) para atacar o então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em sua defesa perante a Justiça, Vera Magalhães destacou que as alegações eram inteiramente falsas e tinham como objetivo restringir seu direito ao livre exercício da profissão de jornalista e cercear a liberdade de imprensa. Na sentença, a juíza Maria Bertoldo argumentou que o dano moral ficou evidente, uma vez que o pastor utilizou meios digitais para disseminar informações incorretas sobre a jornalista, especialmente em relação ao suposto vínculo político.

“A conduta do réu (Malafaia) caracteriza um manifesto abuso de direito”, afirmou a juíza. Silas Malafaia ainda tem a opção de recorrer da decisão.

Com informações do portal Migalhas