Câmara: deputado do PSB diz ter apoio de Eduardo Campos por presidência e aposta em insatisfeitos

Júlio Delgado, que pretende levar sua candidatura ao segundo turno na eleição da mesa, dia 4, afirma que acordo 'de cúpula' pelo nome de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) desagrada petistas e peemedebistas

Delgado não concorda com a interpretação de que o governador de Pernambuco ficará isento durante as eleições no Legislativo (Foto: Liderança do PSB)

São Paulo – A liderança do PSB na Câmara dos Deputados emitiu esta semana uma nota garantindo que o governador de Pernambuco, o socialista Eduardo Campos, respalda a candidatura do correligionário Júlio Delgado (PSB-MG) à presidência da Casa. A eleição vai ser realizada no próximo dia 4 de fevereiro. Delgado diz acreditar que pode fazer frente à “candidatura oficial”, do deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), lançado pelo PMDB com o apoio do PT.

“Num momento em que 2013 tem tantos desafios, precisamos fazer uma pauta de crescimento, uma agenda positiva, nós temos do outro lado partidos que declararam apoio ao outro candidato que têm de se justificar no campo ético. Quem tem de se defender pessoalmente não tem condições de defender a instituição”, disse Delgado à RBA, em referência às denúncias de que o peemedebista supostamente direcionou emendas a obras realizadas pela empresa de um assessor parlamentar.

Ele afirma que o apoio de Eduardo Campos, com quem esteve na quinta-feira (17) em Recife, é inquestionável, apesar de a imprensa pernambucana ter dito que o governador não vai interferir. O deputado mineiro reafirma o teor da nota do PSB, dizendo ser preciso separar o contexto de 2014 do atual, relativo à eleição no parlamento. “Talvez esse posicionamento dele seja para se manter equidistante do processo no momento em que estamos discutindo 2013, eleição da Câmara”, diz Delgado. “A frase do governador que sintetiza muito claramente e ele autorizou que fosse utilizada, sobre a pauta positiva e o nosso projeto para a Câmara, é a seguinte:  ‘se eu fosse deputado votaria no Julio Delgado, pelo campo ético, pelas suas posições, assim como fará toda a bancada do meu partido’. Estou muito tranquilo com relação a esse apoio e a tentativa de desvincular esse processo de 2014.”

Julio Delgado avalia que, num primeiro momento, “a meta” é levar a candidatura ao segundo turno e que seu nome tem atraído “uma aceitação e adesão enorme, de deputados, de governadores, de prefeitos”.

De acordo com o parlamentar, a candidatura de Alves, cujo nome ele não citou na entrevista, causou insatisfação na base do governo. “Existe um sentimento muito forte, tanto do PT como do PMDB, que não se satisfizeram com o acordo de cúpula celebrado por esses dois partidos, um acordo de cúpula que também não passou pelos demais partidos da base.”

O deputado bate na tecla das denúncias contra o adversário do PMDB dizendo que a candidatura Alves tem o apoio da oposição “em troca de cargos”.