Democracia popular

Janones e Eduardo Moreira sugerem ‘Carta do Povo’ que fale ‘do arroz com o feijão na mesa’

Impedir a ruptura institucional é tão importante quanto falar a linguagem das pessoas pobres que não conseguem comprar comida no supermercado

Gustavo Marinho/Via CUT
Gustavo Marinho/Via CUT

São Paulo – O deputado federal André Janones (Avante-MG) apresentou nesta segunda-feira (15) o que vem chamando de “Carta do Povo”. Segundo ele, o documento pretende usar uma linguagem das pessoas comuns para defender a democracia. “Vamos falar no popular, a defesa do povão, do arroz com o feijão na mesa”, explica. “A gente tem que impedir a ‘ruptura institucional’ e também impedir que ferrem com o pobre que não está dando conta de comprar comida no supermercado. São as duas linguagens”, continua. Janones desistiu de sua candidatura à Presidência da República no dia 4 de agosto para apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A ideia, de acordo com o deputado, é que a classe política, a imprensa e os chamados formadores de opinião ouçam os cidadãos comuns. “Agora somos nós que vamos descer do palco e vamos ficar lá embaixo. E vamos pegar quem normalmente está no público, a plateia, e vamos colocá-la em cima do palco. Vamos sentar no lugar dela e vamos falar: ‘vamos lá, agora é hora da gente ouvir vocês. O que vocês têm para nós?'”, ilustra janones.

Para o economista Eduardo Moreira, a ideia é que o protagonismo seja “das pessoas que trabalham como motorista de caminhão, de aplicativo, enfermeira, servente de pedreiro, pessoas aposentadas, quem não trabalha”. Contribuições para serem aproveitadas na carta podem ser enviadas a partir do site https://cartadopovo.com.br/.

Interatividade nas redes

Em seu perfil no Twitter, o analista de redes sociais Pedro Barciela comenta avaliação de que, entre os 30 posts que mais “engajaram sobre Auxílio no último mês, a dupla Lula/Janones produziu 3,5 milhões de interações”. Segundo ele, Jair Bolsonaro, Flávio, Eduardo, Zambelli e (o deputado Carlos) Jordy (PL-RJ), somados, não chegam a 1 milhão de interações sobre o tema”.

Na mesma linha, o pesquisador de mídias sociais, Fabio Malini postou, no sábado (13), que André Janones alcançou o primeiro lugar da categoria “post político em português” no Facebook. “Nos últimos três meses, já são 25 milhões de views (visualizações)”, escreveu. Para otimizar a influência digital, segundo ele, mais impactante do que dar entrevistas ao vivo para os “seus” canais é o candidato abrir a campanha para que as pessoas conversassem diretamente com ele em lives do Facebook.

Malini diz ainda que o mais importante no trabalho em rede é “a ação sincronizada”, o que faz com que o impacto na audiência seja mais forte. Se a rede age sincronizada, o impacto na audiência é mais forte. “Ou seja: Lula deve atuar em lives, mas Janones para Lula também”, opina Malini.

No sábado (13), o evento Luladay, promovido por fãs da cantora Anitta, foi o tema mais comentado na manhã daquele dia nas redes. A estratégia foi os usuários postarem motivos para votar em Lula. Personalidades, artistas, políticos e intelectuais também deixaram recados.

O professor de Direito da Universidade de Fortaleza Marcelo Uchôa, da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, levantou a importância das redes para o enfrentamento às fake news. “Pra ganhar precisamos reconhecer q o bolsonarismo mantém domínio no meio. Estão atacando com tudo nas redes.”


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